Sunday, August 07, 2005

Tendências.

Já falei aqui do Romantismo como reação alérgica ao Iluminismo.

Ainda brigando pra descobrir os motivos, todos eles, dessa quase intoxicação informacional.

O que o Iluminismo ou Modernidade fez foi trazer ‘a mesa a diferenciação entre elementos que até então se confundiam.

Soube-se diferenciar o self, a cultura e a ciência pela primeira vez.

É o princípio do solve et coagula de que já tratei em algum ponto anterior só que num momento em que falava exclusivamente de quadrinhos.

O problema maior, pelo que entendo do problema, é que se fez a diferenciação mas não a integração dos princípios.

O Romantismo surge como uma resposta a este problema.

O erro do Romantismo, no entanto, foi retroceder ao estágio anterior em que a diferenciação não existia, em que tudo era uma grande e confusa bola de neve sem começo ou fim.

Agora, voltando a tratar da temática poesia versus hqs e aplicando o que foi dito até o momento, há de se pensar que temáticas variáveis têm surgido através da história das duas linguagens tentando preencher lacunas sem nunca integrá-las.

Depois do Romantismo, na poesia, temos o Parnasianismo, que deixou de lado o conteúdo e dedicou-se quase que exclusivamente ‘a forma.

Depois do Parnasianismo, surge o Simbolismo, que vai atrás de compensar a ausência de sensações, a ausência de sinestesia nas artes poéticas.

Agora, imagine só se alguém juntasse as três tendências numa coisa só, integrada e funcional: o sentimentalismo/subjetivismo do Romantismo, a técnica do Parnasianismo e a sinestesia do Simbolismo.

A poesia chegaria num ponto que não poderia ser ignorado.

Falo disso tudo porque as hqs, o meio de comunicação ou expressão artística de minha opção, vem passando por transformações similares.

Já tivemos nossas eras de Ouro, Prata e Bronze, nossa era das Trevas e sabe-se lá o que está a caminho agora, mas imagino que uma integração de tendências seja a nova tendência.

Como faltam só 3 horas e quinze minutos pra eu acordar e ir trabalhar, paro por aqui, apesar de sentir que a cabeça, depois de um longo e tenebroso inverno de inatividade, vai me recusar o repouso necessário.

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