Esquisitices 'a parte.
Hoje: lendo vorazmente no ônibus, entediado até a medula. Subito uma ocorrência digna de nota no dia de marasmo: uma passageira (pra lá de idosa, cujos cabelos negros só poderiam ser explicáveis através do uso pródigo de tintura ou de uma peruca muito bem fixada)estatelou-se, veemente, no corredor entre os assentos.
O que poderia ser só mais um acidente de percurso tornou-se rápida e eficazmente num pequeno drama de conseqüência zero.
A mulher, idosa demais pra sua própria segurança, permaneceu desacordada no chão do veículo em movimento até que alguém a notou. O motorista foi informado e os tripulantes, entre eles uma enfermeira, puseram-se em movimento pra avaliar a gravidade da situação. Engraçado ver que a mulher de branco tentava tomar o pulso da velha mesmo com o ônibus, trepidante, ligado e andando...
Paramos no posto dos bombeiros com o fito, aparente, de conseguir socorro. Frustração: os bombeiros só providenciam socorro, não tratamento. Choque térmico por conta do sorvete na testa.
Alguns passageiros tiraram, depois de uns 10 minutos, a mulher desmaiada do chão e tentaram colocá-la num assento, mas a supra não conseguia se firmar o bastante pra permanecer na vertical. Alguém ficou segurando-a pelo que pareceram mais minutos do que de fato foram.
Todos já convencidos de que o próximo destino seria um pronto socorro qualquer no meio do caminho, a velha subitamente ficou em pé.
Os homens que a ajudaram advertiram-na pra permanecer sentada, dizendo-lhe que cairia novamente. Ela sentou-se, resmungando.
Depois de mais um intervalo de tempo, lá estava a dita cuja em pé outra vez, resmungando mais que nunca, dizendo que não ia ficar ali pois estava sendo humilhada.
Ao descer do ônibus passou por mim.
Movida a álcool.
E eu que pensei que ela tivesse morrido quando a vi caída no corredor.
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