Monday, September 12, 2005

Redenção.

Cansado, mas ainda não além da redenção. Depois da ebulição anterior derivada do consumo de pimenta, café e outros aditivos, me peguei rabiscando o caderno de notas sem aquela coisa chamada trégua e elaborando sobre um tema recorrente aqui (entre outros lugares em que aparece qualquer coisa por mim escrita).
Revi minhas notas, apertei mais um pouco um par de idéias pra projetos longos e, nesse processo, vi que preciso de mais tempo pra escrever. Quando me dedico a esse material de longo termo, é o que mais pesa, mesmo. Tempo.
Porque a verdade é que se faz necessário dar continuidade 'as idéias e isso só é possível de verdade se se encarar o projeto como algo em adamento ininterrupto. Minhas melhores idéias "maiores" só funcionam assim por conta da dedicação... lendo a entrevista monstro entre Hitch e Truffaut peguei uma lasca de conversação que tem a ver com isso.
Hitch está discutindo a ausência de verossimilhança em seus filmes e a falta que isso faz aos críticos ou a seus críticos mais tenazes. Daí diz que a verossimilhança é sacrificada em troca da ação contínua. É isso o que acontece também em hqs. Não dá pra pensar o tempo todo em realismo... talvez daí o fato de muito da produção gringa não estar me agradando como costumava: os autores deixaram de lado o fluxo pelo luxo de criar material realístico.
Enfim, em qualquer dos casos fica patente a demanda do tempo, a atenção ao detalhe e coisas assim. Como Hitch lidava com um suporte mais dinâmico que os quadrinhos fica fácil entender seu desprezo pela dama "Realidade", coisa tão pessoal e intransferível quanto uma doença crônica.
O meio quadrinhos, no entanto, apesar de ser menos glamouroso que o cinema, se presta a uma elasticidade que o supra não tem. Você pode ter velocidade de ação e verossimilhança juntos porque, pra contextualizar uma ação os narradores seqüenciais não precisam de mais do que um recordatório ou dois bem colocados. O exemplo que vem a memória com mais facilidade se deu no início da série do Justiceiro escrita por Ennis. Ele justifica o retorno do personagem 'a sua guerra ao crime como uma enchida de saco com relação a todas as responsabilidades sobrenaturais que ele tinha aquirido no seu período de "anjo vingador", tudo isso num recordatório com não muito mais que 20 palavras.
E a ação continua...

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