Volta pro presente.
Sobre o SNIFFER, da entrada anterior, recebi o rough do Léo ontem e ahcei que seria interessante fazer um post que fosse diferente, tivesse algo a ser admirado, mesmo que fosse minha cara melhorada pelo desenho dele. Gostaria de colocar mais material análogo por aqui, mas tá em falta.
Agora, vai lendo:
CÁPSULAS
“DÉDALO”
A.Moraes
Painel 1;
Neste aqui mostramos Dédalo do lado de fora de uma janela, beijando-a com os lábios formando mesmo aquele ícone de “beijo” no vidro, embaçando-o. Enquanto uma loura de cabelinho channel, estilosa, o olha de dentro e deixa um copo plástico escapar por entre seus dedos. Sei que não faço isso faz tempo, mas fica aqui a sugestão de mostrar a cena de um ponto atrás da loura, que não pode estar muito longe da janela. Não importa que alguns detalhes se percam, só a diversão conta.
DÉDALO: Mmm!!!
LOURA: Jesus!
RECORDATÓRIO: Era o ano de nosso senhor de 1989 e eu queria fazer algo diferente.
Painel 2;
De um ângulo ascendente, mostramos Dédalo afastando o rosto do vidro enquanto olha prum ponto pouco acima de sua cabeça.
VOZ (OP): Cara, você é esquisito!
DÉDALO: Por quê?
RECORDATÓRIO: O primeiro passo pra se fazer algo diferente, então, era olhar o que já tinha sido feito antes e tentar não repetir.
Painel 3;
Mostramos agora de um ângulo descendente a real: ele está em pé, flutuando no ar no exterior dos últimos andares de um prédio tão alto que a rua parece só uma linha preta lá embaixo.
VOZ (OP): Bom, gostar de assustar as pessoas não é normal, pra começar.
DÉDALO: Ah, é isso? Eu meio que conheço ela, então...
RECORDATÓRIO: Quando criei Dédalo, infelizmente, ainda não conhecia tudo, inclusive Gerard Snoble, do Eisner.
Painel 4;
Dédalo dá uns passos atrás no ar e encara o dono da voz que está um pouco mais no alto que ele.
VOZ (OP): E isso te dá o direito de vir aqui e beijar a janela da coitada?
DÉDALO: Acho que sim. O que tem de errado nisso?
RECORDATÓRIO: Era, é evidente, um tempo em que tudo era mais simples.
Painel 5;
Ele vira de costas pro prédio de onde o dono da voz fala.
VOZ (OP): Tirando, tipo, tudo?
VOZ (OP): Sabe o que ela tá pensando? Que ficou louca! Cê acha legal abalar as verdades das pessoas?
DÉDALO: Ah, não enche!
Painel 6;
Ele olha sobre o ombro e assume uma postura de quem vai sair voando, como um super-herói qualquer.
VOZ (OP): É fácil sair sem responder perguntas difíceis, não?
DÉDALO: Olha, sei lá qual é a tua, mas tô indo.
RECORDATÓRIO: A princípio ia me dedicar a uma releitura do mito do cientista... uma parábola sobre o medo da tecnologia que...
Painel 7;
Dédalo se afasta voando.
VOZ (OP): Inconseqüente! Volta aqui! Agora!
DÉDALO: Não...
RECORDATÓRIO: ...terminou se tornando tema recorrente em minhas histórias.
Painel 8;
Mais longe agora.
DÉDALO: ...enche...
RECORDATÓRIO: Ironicamente, nunca usei essa abordagem por achar que ninguém a levaria a sério.
Painel 9;
Dentro do prédio, em pé sobre o batente da janela do andar imediatamente superior, em cima da que Dédalo beijou, vemos um pato selvagem, preto com colarinho branco. Lembra do Patolino? Mas este aqui é mais realista, não uma animação, mas o mais aproximado de um pato de verdade que for possível criar com papel e tinta.
DÉDALO (OP): ...o SACO!
PATO: É por causa de gente como você que vivemos como vivemos!
RECORDATÓRIO: Afinal, quem daria credibilidade a um homem voador?
FIM.
“DÉDALO”
A.Moraes
Painel 1;
Neste aqui mostramos Dédalo do lado de fora de uma janela, beijando-a com os lábios formando mesmo aquele ícone de “beijo” no vidro, embaçando-o. Enquanto uma loura de cabelinho channel, estilosa, o olha de dentro e deixa um copo plástico escapar por entre seus dedos. Sei que não faço isso faz tempo, mas fica aqui a sugestão de mostrar a cena de um ponto atrás da loura, que não pode estar muito longe da janela. Não importa que alguns detalhes se percam, só a diversão conta.
DÉDALO: Mmm!!!
LOURA: Jesus!
RECORDATÓRIO: Era o ano de nosso senhor de 1989 e eu queria fazer algo diferente.
Painel 2;
De um ângulo ascendente, mostramos Dédalo afastando o rosto do vidro enquanto olha prum ponto pouco acima de sua cabeça.
VOZ (OP): Cara, você é esquisito!
DÉDALO: Por quê?
RECORDATÓRIO: O primeiro passo pra se fazer algo diferente, então, era olhar o que já tinha sido feito antes e tentar não repetir.
Painel 3;
Mostramos agora de um ângulo descendente a real: ele está em pé, flutuando no ar no exterior dos últimos andares de um prédio tão alto que a rua parece só uma linha preta lá embaixo.
VOZ (OP): Bom, gostar de assustar as pessoas não é normal, pra começar.
DÉDALO: Ah, é isso? Eu meio que conheço ela, então...
RECORDATÓRIO: Quando criei Dédalo, infelizmente, ainda não conhecia tudo, inclusive Gerard Snoble, do Eisner.
Painel 4;
Dédalo dá uns passos atrás no ar e encara o dono da voz que está um pouco mais no alto que ele.
VOZ (OP): E isso te dá o direito de vir aqui e beijar a janela da coitada?
DÉDALO: Acho que sim. O que tem de errado nisso?
RECORDATÓRIO: Era, é evidente, um tempo em que tudo era mais simples.
Painel 5;
Ele vira de costas pro prédio de onde o dono da voz fala.
VOZ (OP): Tirando, tipo, tudo?
VOZ (OP): Sabe o que ela tá pensando? Que ficou louca! Cê acha legal abalar as verdades das pessoas?
DÉDALO: Ah, não enche!
Painel 6;
Ele olha sobre o ombro e assume uma postura de quem vai sair voando, como um super-herói qualquer.
VOZ (OP): É fácil sair sem responder perguntas difíceis, não?
DÉDALO: Olha, sei lá qual é a tua, mas tô indo.
RECORDATÓRIO: A princípio ia me dedicar a uma releitura do mito do cientista... uma parábola sobre o medo da tecnologia que...
Painel 7;
Dédalo se afasta voando.
VOZ (OP): Inconseqüente! Volta aqui! Agora!
DÉDALO: Não...
RECORDATÓRIO: ...terminou se tornando tema recorrente em minhas histórias.
Painel 8;
Mais longe agora.
DÉDALO: ...enche...
RECORDATÓRIO: Ironicamente, nunca usei essa abordagem por achar que ninguém a levaria a sério.
Painel 9;
Dentro do prédio, em pé sobre o batente da janela do andar imediatamente superior, em cima da que Dédalo beijou, vemos um pato selvagem, preto com colarinho branco. Lembra do Patolino? Mas este aqui é mais realista, não uma animação, mas o mais aproximado de um pato de verdade que for possível criar com papel e tinta.
DÉDALO (OP): ...o SACO!
PATO: É por causa de gente como você que vivemos como vivemos!
RECORDATÓRIO: Afinal, quem daria credibilidade a um homem voador?
FIM.
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