Tuesday, September 13, 2005

Troca.

Tem se tornado mais comum recentemente passar por momentos de interação com outras pessoas antes desconhecido por mim ou, mais simples, difícil.
Pra variar, aconteceu na sala de aula e o excepcional foi a receptividade dos alunos 'as idéias trazidas. É o que me surpreende: a flexibilidade de pensamentos que se encontra num adolescente e está perdida nos adultos. Elasticidade, potencial pra encarar novas idéias sem sofrer uma crise epiléptica.
Enfim.
Estava falando sobre uma poesia de Alphonsus de Guimaraens e de como ele faz a intertextualidade entre o primeiro quarteto da dita com um ditado latino coligido diligentemente por Borges e que é digno de assombro, pra ficarmos num nível bastante terreno.
LUX UMBRA DEI. Ou "A luz é a sombra de Deus".
Depois de tagarelar de forma interminável a respeito do poder de síntese contido nas 3 palavras, de falar da enormidade que se oculta em tal declaração, de comparar o que é a sombra pra nós com o que seria a sombra de Deus, vi que eles estavam completamente absorvidos no discurso e me peguei falando a respeito da mente, da intersubjetividade e de que somos mais do que um amontoado de órgãos presos dentro de um saco de carne, pele, ossos...
Humanos, afinal.
Legal ver que depois de mais de uma hora de aula, alguns deles ainda queriam discutir o assunto e enveredamos por pontos mal iluminados do conhecimento como uma temática que tem se tornado recorrente na minha produção atual: a identidade. O que é? De que se constitui?
O que me traz ao ponto em que falo do, melhor dO Projeto. É, a verdade pura e simples é que meu trabalho longo que se aproxima tem a ver com o mesmo tema. Concluo também que é um tema do agrado da molecada que está atrás de se afirmar como indivíduos. Um negócio que pode trazer em seu fulcro doses maciças de ação e cabeças falantes, mas que vai se resumir, em princípio, 'a contrução da identidade do homem brasileiro do século XX.
É pretencioso pra caramba, mas gente mais esperta disse que sem pretensão não se faz nada.
E aqui estou eu, em plena madrugada, tentando digerir tudo que posso de técnicas cinematográficas, canibalizando pesadamente mesmo, de modo a melhorar a exposição da história visual sem ter que apelar tanto pro texto.

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