Saturday, June 18, 2005

Stream v.3

Forçado a isso pelas circunstâncias nada convencionais em que me encontro, decidi deixar mais uma vez o fluxo tomar conta e seja o que a energia que permeia e organiza o universo quiser.
Engraçado como digitei duas letras com um só toque no teclado.
E como as letras estão, lenta e inexoravelmente, desaparecendo dele.
Hoje o dia se fez em luz porque estive, por alguns pentelhésimos de segundos, na intimidade de uma jovem fêmea de mesma espécie, sem é claro, que ela soubesse disso. As coisas que acontecem no campo da imaginação são mais difíceis de serem partilhadas. Mesmo escrevendo aqui e partilhando com vocês cinco não o estou fazendo com ela que seria, a meu ver, uma das maiores interessadas. E sequer sei seu nome. Na verdade, nem lembro do rosto. Que mais posso escrever aqui pra ser irremediavelmente classificado como porco chauvinista? Talvez falar a respeito do jogo de pernas, hã? Sim, sim. Poderia, por que não?
Acho que estou sendo afetado, como sempre hei de ser, pelo romance contemporâneo que estou lendo. NO BEAST SO FIERCE, de Ed Bunker. Narrativa em primeira pessoa de um ex-presidiário (se depender de suas ações a situação se reverterá em breve) que passa o diabo na mão de um oficial de condicional certinho em excesso e deixa de cumpri-la na primeira oportunidade a fim de viver a tão mitológica e divulgada liberdade.
Digo isso porque nutro algo de marginal em mim mesmo, uma parte pequenininha mas significativa que tem sérios problemas com figuras de autoridade e um pendor pela desordem eventual. Claro que isso não condiz muito com minha atividade no mundo secular que, na melhor das hipóteses, pode ser considerada como algo repressora. Ou foi tornada nisso por pessoas que não sabiam melhor. Daí um dos conflitos internos que vivo diariamente.
Mas falava da influência do livro, da necessidade de subverter um tantinho as convenções. Só isso, nenhum "crime" verdadeiro ou imaginário. Só um momento menos cheio de pudor que aumentou a velocidade da circulação sangüínea em meu corpo pelos segundos em que meu coração acelerou, pelos segundos que durou a visão daquelas pernas que andavam com tamanha segurança e tão desprotegidas.
Depois, em casa, assitindo 'a tevê, um espetáculo de carne gratuito que em nada se assemelhava 'a delicadeza inefável dos segundos sob a escada... ih, falei! Cuidado! Rárárá... infantil e tudo mais, mas ainda assim, cheio de vida, vida em abundância.

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