Friday, September 16, 2005

Uma.

Quase, no relógio do computador, e tudo em que penso no momento é a respeito de outra "uma", mais "uma" sincronicidade bibliográfica.
Aconteceu de hoje terminar de ler O BEIJO DO OTÁRIO, do Alan Parker e concluir que a história, apesar de soberbamente narrada, tem uma ou duas falhas. A ausência de um conflito claro desde o começo do livro é um exemplo. As soluções encontradas pros conflitos quase inexistentes também soam meio "deus ex-machina". Por algum motivo, acho que seria o tipo de livro do gosto dos "verossímeis". Eu gostei, apesar das ressalvas.
Assim, comecei a ler JONATHAN STRANGE & MR.NORREL, de Susanna Clark, livro que faz a pergunta: Por que a magia deixou de existir na Inglaterra do século XIX? É interessante essa curiosidade a respeito do fim de um fenômeno tão divulgado. Depois de ler o capítulo inicial, revesei com a leitura de um capítulo de A SENSAÇÃO... sobre o "mau-olhado". O engraçado é que lá pro meio do capítulo, Shelldrake, além de responder 'a pergunta, solta uma nota bibliográfica sobre um livro que explicou "o declínio da magia na Inglaterra".
Legal, né?
Então, pensei, "Tabu intelectual, hã?"
Mas não se resume a isso. Nunca se resume a uma coisa só. Primeiro houve a Inquisição e todas suas conseqüências horripilantes. As pessoas se acusavam mutuamente de praticar a feitiçaria e isso resultou em muitas mortes estúpidas. Depois, promulgou-se uma lei que dizia que qualquer um que afirmasse ser um praticante das artes negras era um farsante e quem o denunciasse como feiticeiro seria condenado.
Não dá pra ficar mais interessante que isso, acredite. O fato de as leituras se encadearem não fugiu 'a minha atenção e é o tipo de pergunta que merece uma resposta estudada.
O onipresente Ken Wilber diria que o "modo de pensar' da sociedade pós-industrial" não comporta elementos tão simplísticos quanto a magia ou o mito, mais associados com sociedades agrárias, pré-industriais.
Fico sobremodo tentado a concordar com ele, apesar de acreditar, com uma veemência disfarçada com boa dose de bom-senso, naquela máxima de Pascal a respeito da razão.
Sempre há a nova idéia do que é a mente e do que sua presença no ambiente físico é capaz de fazer.
Meu tema em TURBILHÃO, claro.

0 Comments:

Post a Comment

<< Home