De Dostô e outros bichos.
Dostoyevsky ficou mais conhecido por CRIME E CASTIGO e OS IRMÃOS KARAMAZOV do que por dizer que "os momentos que precedem um ataque (epiléptico) fazem valer 'a pena" o dito cujo.
É a sensação que tenho no momento.
De estar muito perto de um "limite" e encontrar nele forças pra mais alguns estertores de graça antes do inevitável. Como se, depois de todo esse tempo, descobrisse a graça de estar vivo mais uma vez, através de artefatos externos a mim, coisas que possuo e não sou. Provável que tenha a ver com a súbita subida de temperatura, claro. O clima me afeta mais e mais a cada dia.
Hoje foi um dia essencialmente bom porque meus ouvidos estavam proficientes em sua função, ou seja, escutei melhor hoje do que no último mês inteiro. E sei que em alguns momentos do mês precisei praticar leitura labial numa velocidade a que não estou acostumado.
Enfim, mesmo os vilões precisam de um dia de bom-moço de quando em vez.
Não que eu seja um deles.
Se fosse, jamais admitiria, claro.
É um dos erros mais comuns das historinhas (a do presente momento estou abolindo a nomenclatura hq deste blog. Foi a última vez que você a viu por aqui, ok?) ter alguém se declarando como vilão, como homem mau... trash.
Por quê?
Simples:
Tome como medida você mesmo (já fiz a experiência e, acredite, funciona). A não ser que seja uma criatura iluminada, já cometeu um ou outro pecadilho, fez uma ou outra maldade. Pros outros você pode muito bem encarnar a figura vilanesca que um terceiro pode lhe parecer...
É parecido com a sensação de ser o protagonista da própria vida e do mundo que te cerca. Nunca pensou nisso, nessa possibilidade? Não te parece estranho ter sempre o mesmo ponto de vista de tudo, ser sempre o fio condutor da narrativa em que se constitui sua existência?
Por isso é importante tentar entender o outro. Tentar saber como é ser outro. Com afinco.
Amplia a gama de modos de enxergar o mundo.
Agora, vou voltar 'a essência, ao clássico, já que o calhamaço com quinhentas e poucas páginas de DOCTOR STRANGE de mestre Ditko me aguarda na escrivaninha.
E ao ataque.
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