Sunday, September 18, 2005

É hora.

Estranho escrever sobre isso, mas ainda assim... é um meio pra se chegar a um fim.
Rimou, mas não de propósito.
Antes de chegar aqui, estive fuçando os indefectíveis sites de sempre sem encontrar nada digno de nota. Notícias requentadas quando muito e, claro, toneladas de novidades sobre o mainstream dos quadrinhos.
O que é um saco.
Ainda mais se contar a vocês o que encontrei no sebo hoje.
E, não se engane, eu vou contar.
Pra começar, um número da mítica BALÃO, revista alternativa que lançou nomes como Gê, Laerte e Angeli. Depois tem uma revista editada pela VERSUS, REVISTÃO DE QUADRINHOS, também com nomes nacionais, uma quadrinização da vida de Zumbi dos Palmares, Edgar Vasquez for dummies e whatnot. Daí outra coisa com o título evidente de UNDERGROUND, um almanaque da GRILO, com Crumb e Corben, ambos em forma.
Esta última aí é mais nova que eu um ano.
Foi a Golden Age dos quadrinhos em que um punhado de caras sem noção de certo e errado, do que era possível ou não fizeram sua própria história nas historietas. Atitude que devia ser resgatada por quem quer que se proponha a fazer narrativa seqüencial nos dias de hoje.
Ao invés disso vemos muita energia sendo dispendida pra fazer mais do mesmo, sem foco pro diferente, pro inédito.
O que é lamentável.
Mais lamentável ainda é pegar a revista que se diz publicação sobre quadrinhos e vê-la dando ênfase em matérias grandes aos hábitos "bebelimentares" de roteiristas ou 'as opiniões de "fotonovelistas" com fama de desenhadores.
A moda das celebridades anacéfalas chegou aos quadrinhos.
E o fim do mundo está próximo.
Quer sinal mais claro que esse? Quando as páginas não são preenchidas por hype de histórias insossas (AVENGERS DISASSEMBLED, IDENTITY CRISIS) o são por histórias igualmente insossas de pseudo-personalidades dos quadrinhos.
Uma revista que deveria servir como veículo pra divulgar a existência de vida inteligente no mundo das hqs é sua maior detratora.
Mas faz sentido.
A banalização da estupidez como estilo de vida dá nisso.
Muitos programas de fofoca veiculados pela tevê resultam em uma mídia constipada com a mesma tendência absurda.
Mas acho que já escrevi demais sobre a doença.
A cura está em cada um.
É a tal história de "votar com a carteira" de que tanto se falou há dois, três anos. Se a gente quer qualidade, deve deixar claro que a quer abandonando as publicações que não fazem mais a cabeça de ninguém. Manter títulos em mãos e lê-los por inércia é atitude que nos equipararia com quem participa dessa lixaiada. Sou mais procurar minha dose de arte seqüencial em outras paragens, outros países e outras épocas do que comer merda.

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