Monday, August 29, 2005

Por escrito.

Diariamente penso por escrito.
Comecei fazendo isso numa agenda financeira que encontrei jogada, sem uso, numa das gavetas da escrivaninha que também era meu local de trabalho. Como o hábito de escrever apareceu pra mim só bem tarde, quando tinha 22 anos, demorou também pra arraigar-se e levei um par de anos até preencher todas as páginas da dita cuja.
Depois passei pruma outra agenda, presente de uma das mulheres que marcaram minha história (até o momento - conhecer mulheres interessantes é uma atividade que não quero abandonar tão cedo).
A diferença entre essas duas agendas e qualquer outro material em que tenha escrito é de fundo afetivo. Uma foi a primeira, a outra me foi dada.
Descobri que gosto daqueles livros com capas peculiares da TASCHEN e páginas inteiramente em branco, feitos de papel reciclado e com as folhas presas por espiral. Já enchi uns três destes e só não os uso mais por não encontrá-los com a facilidade e ao preço que encontrei os 5 originais.
Passei, então, a procurar um substituto. Algo que fosse agradável ao tato, pelo menos, já que a possibilidade de ter um objeto atraente ou tão atraente quanto os livros de notas da Taschen foi ficando mais e mais remota.
Descobri um caderno dos mais baratos feito com um papel sobre o qual a caneta simplesmente desliza. Não tem jeito melhor de descrevê-lo. Brochura, mesmo, não brochante.
Desde o ano passado tenho experimentado cadernos de tamanho maior, capa dura, brochura, mas a experiência de tentar fazê-los caber na escrivaninha mais o fato de a caneta não deslizar como no outro me fizeram recuar em seu uso.
Hoje, por exemplo, não escrevi nada no papel, optei por atacar digitalmente, mais prático, pra dizer o mínimo.
Por algum motivo sempre achei esse tipo de coisa interessante. Tudo que se relaciona ao ato de escrever em si me parece interessante.
Pessoas, autores conhecidos fazem desse assunto uma especialidade e constróem suas obras sobre eles.
Achei que devia contribuir com meus dois centavos.

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