Wednesday, September 28, 2005
Depois de um longo e tenebroso inverno e coisas assim, decidi anunciar o que venho fazendo desde, deixa eu ver... domingo, acho.
O Hector, que sempre me empurra pra lugares em que eu gostaria de estar mas não sabia, é novamente o responsável por isso:
A nova casa de nosso bloguezinho de sempre em que vou continuar fazendo as mesmas coisas, desde me lamentar sobre as histórias em quadrinhos medícores até publicar meus próprios roteirozinhos medíocres e a arte deslumbrante do Léo...
Outros animais podem surgir por lá, por se tratar de um espaço bem mais interessante do que este aqui, que ficou limitado faz tempo. Tempo, aliás, é o segredo pra fazer da nova casa do Imakinaria um lugar melhor. Vou fuçando e aprendendo todos os dias como fazer melhor e isso já é um tipo de recompensa.
Vá lá ver.
E, claro, agora tem espaço pra comentários, olha só!!!
Monday, September 26, 2005
Memória.
Fiz ontem.
Capaz de ainda passar por uma revisão ou duas.
Vai lendo:
CÁPSULAS
“CIDADE”
A.Moraes
Painel 1;
Vista aérea de uma cidade industrial. Sim, pense no pé da serra e em suas refinarias de aço e petróleo e acrescente em algum ponto a paisagem achatada de casas e prédios baixos. Minha cidade.
RECORDATÓRIO: Ver a cidade da Serra causa uma impressão diversa de estar inserido nela.
RECORDATÓRIO: Do alto parece tão pequena e inofensiva quanto um chip de computador sobre feltro verde.
Painel 2;
A mesma paisagem plana mostrada de uma altura normal, agora, o e elemento humano aparece. Pessoas de várias cores e tamanhos se deslocam pelas ruas.
RECORDATÓRIO: Não que seja mais ameaçadora e perigosa do que qualquer cidade similar a ela.
RECORDATÓRIO: É só que adquire uma nova dimensão, ganha uma importância afetiva até então ausente.
Painel 3;
Uma família (pai, mãe, oito filhos que vão de adolescentes a um menino de colo) parada num terminal rodoviário, com bagagem de mão rodeando-a.
RECORDATÓRIO: Quando chegamos, fugindo da privação, a paisagem coberta de bruma química foi rapidamente esquecida.
RECORDATÓRIO: Sem mais embaraço, nos aceitamos mutuamente.
Painel 4;
Aqui vemos as crianças brincando numa rua de terra batida com casas de madeira e alvenaria em suas laterais e, ao fundo, em segundo plano, a mata atlântica.
RECORDATÓRIO: Uma das curiosidades a respeito da cidade são os bolsões de mata verdejante que existem, aparentemente, pra facilitar a transição dos migrantes.
Painel 5;
Meninos mais velhos subindo nas árvores que estavam em segundo plano no painel anterior e rindo dos menores que ainda não podem segui-los. As casas que apareceram antes estão agora em segundo plano.
RECORDATÓRIO: Oriundos das regiões mais diversas, nos apossamos desses santuários vicejantes e, crianças que éramos, fizemos deles nossos parques privativos...
Painel 6;
Os meninos jogam bola num campinho de terra com traves de madeira... só que as traves são irregulares por serem troncos de árvores do mangue e a mata, onipresente, cerca tudo... percebi, agora, que é a segunda história com futebol... um padrão?
RECORDATÓRIO: ...nossos ginásios e campos de futebol.
RECORDATÓRIO: Espremíamos o prazer de todas as oportunidades que o pouco dinheiro permitia.
Painel 7;
Do outro lado do bairro, no rio, os mesmos meninos dos últimos painéis nadam. Um porto feito de madeira do mangue serve como trampolim improvisado. Um menino solitário balança as pernas no ar, sentado em sua beirada.
RECORDATÓRIO: Até hoje não sei o quanto me afetou crescer num lugar assim, rural e urbano, contendo ambientes auto-excludentes, que não se coadunavam.
Painel 8;
Numa cachoeira, o menino do porto, agora adolescente, se curva sobre uma pedra regada pela torrente e observa uma flor que cresce nela.
RECORDATÓRIO: A disparidade de aço-concreto, como uma lâmina atravessando o corpo da floresta, me incomodou por um tempo.
RECORDATÓRIO: Até que vi uma coisa que mudou isso.
Painel 9;
Aqui, quase uma sobreposição do que é mostrado no painel anterior... faça-o de um jeito que no lugar da torrente de água a gente veja uma torrente de fagulhas na refinaria... substitua o menino por um operário que observa fascinado uma flor crescendo no concreto trincado... coisas assim, coisas assim.
RECORDATÓRIO: Minha memória racial, arcaica, se negava a aceitar a dualidade.
RECORDATÓRIO: Descobri, no entanto, que tudo é vida, mesmo as partes dela que me desagradavam.
RECORDATÓRIO: Mesmo o concreto e o aço.
FIM.
“CIDADE”
A.Moraes
Painel 1;
Vista aérea de uma cidade industrial. Sim, pense no pé da serra e em suas refinarias de aço e petróleo e acrescente em algum ponto a paisagem achatada de casas e prédios baixos. Minha cidade.
RECORDATÓRIO: Ver a cidade da Serra causa uma impressão diversa de estar inserido nela.
RECORDATÓRIO: Do alto parece tão pequena e inofensiva quanto um chip de computador sobre feltro verde.
Painel 2;
A mesma paisagem plana mostrada de uma altura normal, agora, o e elemento humano aparece. Pessoas de várias cores e tamanhos se deslocam pelas ruas.
RECORDATÓRIO: Não que seja mais ameaçadora e perigosa do que qualquer cidade similar a ela.
RECORDATÓRIO: É só que adquire uma nova dimensão, ganha uma importância afetiva até então ausente.
Painel 3;
Uma família (pai, mãe, oito filhos que vão de adolescentes a um menino de colo) parada num terminal rodoviário, com bagagem de mão rodeando-a.
RECORDATÓRIO: Quando chegamos, fugindo da privação, a paisagem coberta de bruma química foi rapidamente esquecida.
RECORDATÓRIO: Sem mais embaraço, nos aceitamos mutuamente.
Painel 4;
Aqui vemos as crianças brincando numa rua de terra batida com casas de madeira e alvenaria em suas laterais e, ao fundo, em segundo plano, a mata atlântica.
RECORDATÓRIO: Uma das curiosidades a respeito da cidade são os bolsões de mata verdejante que existem, aparentemente, pra facilitar a transição dos migrantes.
Painel 5;
Meninos mais velhos subindo nas árvores que estavam em segundo plano no painel anterior e rindo dos menores que ainda não podem segui-los. As casas que apareceram antes estão agora em segundo plano.
RECORDATÓRIO: Oriundos das regiões mais diversas, nos apossamos desses santuários vicejantes e, crianças que éramos, fizemos deles nossos parques privativos...
Painel 6;
Os meninos jogam bola num campinho de terra com traves de madeira... só que as traves são irregulares por serem troncos de árvores do mangue e a mata, onipresente, cerca tudo... percebi, agora, que é a segunda história com futebol... um padrão?
RECORDATÓRIO: ...nossos ginásios e campos de futebol.
RECORDATÓRIO: Espremíamos o prazer de todas as oportunidades que o pouco dinheiro permitia.
Painel 7;
Do outro lado do bairro, no rio, os mesmos meninos dos últimos painéis nadam. Um porto feito de madeira do mangue serve como trampolim improvisado. Um menino solitário balança as pernas no ar, sentado em sua beirada.
RECORDATÓRIO: Até hoje não sei o quanto me afetou crescer num lugar assim, rural e urbano, contendo ambientes auto-excludentes, que não se coadunavam.
Painel 8;
Numa cachoeira, o menino do porto, agora adolescente, se curva sobre uma pedra regada pela torrente e observa uma flor que cresce nela.
RECORDATÓRIO: A disparidade de aço-concreto, como uma lâmina atravessando o corpo da floresta, me incomodou por um tempo.
RECORDATÓRIO: Até que vi uma coisa que mudou isso.
Painel 9;
Aqui, quase uma sobreposição do que é mostrado no painel anterior... faça-o de um jeito que no lugar da torrente de água a gente veja uma torrente de fagulhas na refinaria... substitua o menino por um operário que observa fascinado uma flor crescendo no concreto trincado... coisas assim, coisas assim.
RECORDATÓRIO: Minha memória racial, arcaica, se negava a aceitar a dualidade.
RECORDATÓRIO: Descobri, no entanto, que tudo é vida, mesmo as partes dela que me desagradavam.
RECORDATÓRIO: Mesmo o concreto e o aço.
FIM.
Saturday, September 24, 2005
Oculto.
Ou ignorado.
Nessa altura a diferença é mínima.
O novo exercício a que me dedico enquanto em trânsito é encontrar inversões viáveis pra conceitos aparentemente positivos. Resultados engraçados e, apesar disso, não cômicos.
A tendência normal na hora de formular uma inversão qualquer é dizer que a "ausência de tal coisa" é sua antonímia. Mas se se pensar direito percebesse que a ausência é vazia. Daí cai-se no binômio forma/vazio.
Hoje, por exemplo, tomando café com os amigos tive um pensamento nerd: "O Flash reverso deveria ser uma estátua!!!" É um exemplo do que eu disse, com a ausência fazendo o papel do inverso.
Antivelocidade? Que diabo seria isso senão a inércia?
Só pense. Não fale alto, sequer murmure. Ouça as engrenagens girando lentas e definitivamente.
O oculto é aquilo que está escondido, que não se sabe. E o que não se sabe é ignorado. Por ignorância milhares de pessoas foram queimadas em tempos mais obscuros. Hoje em dia abririam suas próprias farmácias homeopáticas, tão na moda, e não dependeriam de nenhum senhor feudal pra viver.
Coisas, coisinhas, etc.
Friday, September 23, 2005
Femmes.
Tenha em mente que:
a) estou funcionando continuamente desde 'as 4:45 da manhã;
b) minha preocupação com a coerência foi deixada na estrada quilômetros, melhor, anos-luz atrás.
Pitadas de sal e condimentos a seu gosto podem ser utilizados na adulteração do sabor do que está por vir.
Assim:
Depois de passar um tempo considerável ignorando o Orkut com alguma veemência, estive fuçando as possibilidades do site como mecanismo pra encontrar pessoas desaparecidas. O resultado foi desalentador, mas, por obra do binômio Caos/acaso, redundei no site da Editora Nona Arte.
Descobri no link novidades uma história que escrevi há tempo suficiente pra não me identificar mais com o momento de produção dela e que foi ilustrada por nosso próprio Moebius caseiro, o sr. Jairo Rodrigues. O título é CHERCHEZ LA FEMME e é tudo que posso dizer sem estragar qualquer eventual surpresa.
Sim, claro, o fato de estar empregando linguagem um tanto mais empolada do que a costumeira está diretamente relacionado 'a leitura de meu livro favorito do momento, JONATHAN STRANGE & MR. NORRELL, de Susana Clarke.
Mulherzinha surpreendente, devo dizer.
O que me atraiu a seu campo de influência foi o título de seu livro e uma visita ao site oficial do mesmo. Lá encontrei as costumeiras FAQ e li com curiosidade até o ponto em que a sra.Clarke fala de seus livros preferidos.
Entre eles WATCHMEN.
Desnecessário acrescentar que já tinha sido fisgado, não?
Além disso, hoje acalentei uma chama que há muito vinha sendo relegada ao esquecimento, talvez devido a meu firme propósito de ser um homem mais pacífico do que fui anteriormente.
Pra minha infelicidade, descobri que a dita chama deve ter manutenção regular ou me arrisco a perder toda a vontade de produzir e produzir com qualidade.
Então, enquanto você se prepara pra dormir, alimento o fogo e tento mantê-lo brando, contido, mas ainda assim animado o bastante pra me fazer voltar pra mais.
Depois, é óbvio (sem anão de jardim).
Thursday, September 22, 2005
PSEUDÓPODOS.
Idéias sobre a natureza da mente que até já tinham me ocorrido, sobre as quais já tinha escrito uma ou outra coisinha, mas que ainda não tinham adquirido maior significado dentro da ordem implicada começaram a ganhar vulto a partir do momento em que comecei a ler A SENSAÇÃO DE ESTAR SENDO OBSERVADO, de Rupert Shelldrake.
Ia começar a falar de mais coincidências ou sincronicidades bibliográficas e parei. Por quê? Por motivos óbvios, evidentes e banais demais pra que me alongue falando deles.
A própria mente sendo o principal.
Ou o campo mórfico conhecido como Ideaspace, em que todas as idéias se encontram e vamos lá lançar anzóis e iscas quando queremos “criar” algo.
Lembro de ler A ERVA DO DIABO primeiro e depois O RETORNO ‘A CULTURA ARCAICA e, em ambos, ver os autores respectivos, Castañeda e MacKenna, falarem a respeito de um aspecto espiritual do ser humano, que seria uma espécie de ovo de luz com filamentos brotando de todo seu corpo e flutuando em diversas direções.
Agora, com o livro novo, a dimensão espiritual pode ser considerada mental e a comparação aproximada é com uma forma amebóide capaz de projetar pseudópodos de intenção e tocar passado, presente e futuro. Outras mentes, inclusive.
É o melhor dos mundos, como diria o doutor Pangloss.
O que me deixa satisfeito é ter TURBILHÃO engrenando cada vez mais com essa idéia que, você adivinhou, vou tomar emprestada, nem que seja só pro prazer masturbatório de ter uma trama construída a partir de uma pesquisa real.
Ismael Ström tem uma vasta gama de habilidades psíquicas.
Ele morreu e ressuscitou no terceiro dia.
Sua mente é tão poderosa que cria um campo gravitacional no Ideaspace capaz de atrair outras mentes igualmente diversas do restante da humanidade para sua órbita.
Ismael Ström é um verdadeiro TURBILHÃO psíquico e só sua presença é capaz de alterar o destino que nos aguarda.
Em breve.
Ia começar a falar de mais coincidências ou sincronicidades bibliográficas e parei. Por quê? Por motivos óbvios, evidentes e banais demais pra que me alongue falando deles.
A própria mente sendo o principal.
Ou o campo mórfico conhecido como Ideaspace, em que todas as idéias se encontram e vamos lá lançar anzóis e iscas quando queremos “criar” algo.
Lembro de ler A ERVA DO DIABO primeiro e depois O RETORNO ‘A CULTURA ARCAICA e, em ambos, ver os autores respectivos, Castañeda e MacKenna, falarem a respeito de um aspecto espiritual do ser humano, que seria uma espécie de ovo de luz com filamentos brotando de todo seu corpo e flutuando em diversas direções.
Agora, com o livro novo, a dimensão espiritual pode ser considerada mental e a comparação aproximada é com uma forma amebóide capaz de projetar pseudópodos de intenção e tocar passado, presente e futuro. Outras mentes, inclusive.
É o melhor dos mundos, como diria o doutor Pangloss.
O que me deixa satisfeito é ter TURBILHÃO engrenando cada vez mais com essa idéia que, você adivinhou, vou tomar emprestada, nem que seja só pro prazer masturbatório de ter uma trama construída a partir de uma pesquisa real.
Ismael Ström tem uma vasta gama de habilidades psíquicas.
Ele morreu e ressuscitou no terceiro dia.
Sua mente é tão poderosa que cria um campo gravitacional no Ideaspace capaz de atrair outras mentes igualmente diversas do restante da humanidade para sua órbita.
Ismael Ström é um verdadeiro TURBILHÃO psíquico e só sua presença é capaz de alterar o destino que nos aguarda.
Em breve.
Dobrado.
Se você está com a impressão de ver dobrado ou achando que eu gostei tanto do texto escrito ontem que o publiquei duas vezes no mesmo lugar, BEWARE!!!
É o blogger agindo de modo suspeito outra vez.
Tenho tido problemas com essa joça e já me pergunto se não é hora de ser eficaz e mudar prum outro sistema, um que não me dê dores de cabeça.
Tentei publicar o post originalmente anteontem e, segundo a mensagem da tela, "houve erro" na publicação. Verifiquei então que ele não aparecia. Voltei editei tudo, deletei a dobradinha, mas, TCHA-RAM!, ela não desapareceu.
Então, pode acreditar em seus olhos.
Não é ilusão de ótica.
Provável que eu diga alguma coisa a mais antes do fim-da-noite ou entre este e o começo do dia. Só por dizer, sabe?
Wednesday, September 21, 2005
Absurdo.
Enquanto o dia passa, vou tentando juntar material que redunde em uma entrada que faça sentido, todos os dias, invariavelmente, pro seu, o meu, o nosso prazer.
Admito que é difícil atingir esse sublime objetivo nessa base regular, mas, que diabo!, se não tentar, como vou saber?
E desistir está simplesmente fora de questão.
Então, entre a leitura de ÍDICHE KOP e HITCHCOCK/TRUFFAUT, me peguei pensando no absurdo. Mais ainda, aliei a leitura desses livros com minha própria experiência recente de escrever algo que me soou absurdo (MORTE E VIDA).
“E daí?”, posso ouvir você se perguntando.
“Quié qui isso tem a ver?”
Nada. E, deixe-me dizer, TUDO.
O que me pegou, mesmo, no final, foi pensar que tenho negligenciado minha atividade de escrevinhador só pra satisfazer meu ego e me provar capaz de postar o que der na telha durante o dia, uma vez por dia, sucessivamente, até que não reste mais nada, nem dias, nem dedos, nem leitores.
E sei que os há.
Daí decidi fazer um retorno, o famoso “run for cover”, buscar na minha experiência o tipo de material que sei que dá resultado quando feito direito.
Próximo passo: já que o tema é "O" absurdo, por que não dar uma palhinha de meu conhecimento enciclopédico e dizer que absurdo é tudo aquilo que contradiz o bom senso?
Dito e feito e aí está.
E o que contradiz o bom senso atualmente a tal ponto que mereça minha atenção inalienável?
Pois bem. Sei da importância não dada aos vários gêneros narrativos negligenciados dentro da indústria americana (no Brasil, isso não existe, até por não termos tradição nas artes visuais, nem lembrarmos de herdar coisa similar dos colonizadores originais, os portugueses)de quadrinhos.
Tudo de que se tem notícia das praias gringas diz respeito aos benditos crossovers e eventos "universais" das duas grandes.
Enquanto isso, bons gibis que tentam resgatar os outros gêneros, são relegados ao esquecimento.
E de que outros gêneros falo se não do terror, da fc, do policial ou de crime e assim por diante?
E dos cruzamentos entre eles?
O status quo desse animal pérfido é tão estabelecido que chega a ser burro. Toda unanimidade é burra, como disse o Nélsão.
É mais ou menos como se surgisse uma religião com deus único onde antes havia um panteão. A analogia é das mais fáceis.
A ignorância também pode ensinar alguma coisa.
Tente imaginar isto como absurdo: e se Hollywood de repente se decidisse por só fazer filmes baseados em historinhas de super-heróis?
É esse "e se" que mantém toda ficção indo de um lugar a outro, acredite.
E desde os tempos da, coincidência?, E.C. não se vê editora gringa grande investindo na variedade como têmpero da ficção( exceto, talvez, pela IMAGE, mas segundo os boatos eles estão falidos), seja de que gênero for.
Monday, September 19, 2005
Descontrair.
Só pra isso.
Vai lendo:
CÁPSULAS
“MORTE E VIDA”
A.Moraes
Painel 1;
Sala de parto convencional de um hospital qualquer. Tudo muito genérico. O médico dá uma palmada nas nádegas de uma criança cinzenta ainda ligada ‘a mãe pelo cordão umbilical.
RECORDATÓRIO: O nascimento anormal não lhe garantiu notoriedade.
RECORDATÓRIO: Notou-se que tinha sinais vitais na morgue em que o cadáver de sua mãe estava, de onde foi resgatado para o mundo dos vivos.
Painel 2;
Aqui, a criança já tem cerca de 4 anos e é erguida por debaixo dos braços, tendo todos os membros pendendo frouxos. Veste camiseta, shorts e tênis e parece tão morta quanto no painel anterior.
RECORDATÓRIO: A adoção foi rápida. Muita gente comoveu-se com sua história.
RECORDATÓRIO: Por causa de sua natureza letárgica, atravessou a infância sem incidentes dignos de nota.
Painel 3;
Aérea de um campinho de futebol. O menino agora tem uns 12 anos, está uniformizado, estendido no meio da área com o rosto virado pra grama. Alguém chuta a bola que bate em sua cabeça e entra no gol.
RECORDATÓRIO: Por um breve período na pré-adolescência um atleta promissor.
Painel 4;
Na sala de aula, com 17 anos, caído desacordado sobre uma carteira enquanto um professor explica entusiasmado a matéria. Os outros alunos brincam, jogam aviõezinhos de papel ou namoram.
RECORDATÓRIO: Destacou-se, no entanto, como um dos alunos mais concentrados em suas atividades preferidas.
Painel 5;
Jovem adulto, cerca de 20 anos, sentado no cinema com a cabeça jogada pra trás numa posição antinatural. Segura a mão de uma moça bonita a seu lado.
RECORDATÓRIO: As namoradas o apreciavam por ser respeitoso e nunca avançar o sinal.
Painel 6;
No casamento, caído de cara no bolo, os amigos gargalhando, a noiva cortando fatias do lado oposto da massa.
RECORDATÓRIO: Os amigos gostavam de seu senso de humor e não faltava ocasião pra ele demonstrá-lo.
Painel 7;
Foto de família com filhos e netos. Ele está sentado no sofá numa posição tão antinatural quanto a do cinema. A mulher ao seu lado. Os filhos, em pé, atrás deles e os netos sentados no chão ‘a sua frente.
RECORDATÓRIO: Os valores familiares estavam em primeiro lugar quando atingiu a maturidade.
Painel 8;
O enterro. Muitas pessoas presentes. O caixão desce ‘a sepultura.
RECORDATÓRIO: Era admirado e amado por muitos e sua partida trouxe tristeza a estes.
Painel 9;
CARRIE, A ESTRANHA. Diante da lápide coberta com terra fresca, surge uma mão envelhecida de sob ela. Pôster de filme de terror Z.
RECORDATÓRIO: Em sua segunda existência, parido do leito frio que rejeitou seus ossos, fez tudo que deixou de fazer na primeira.
RECORDATÓRIO: Viveu plenamente.
RECORDATÓRIO: Viveu duplamente.
FIM.
“MORTE E VIDA”
A.Moraes
Painel 1;
Sala de parto convencional de um hospital qualquer. Tudo muito genérico. O médico dá uma palmada nas nádegas de uma criança cinzenta ainda ligada ‘a mãe pelo cordão umbilical.
RECORDATÓRIO: O nascimento anormal não lhe garantiu notoriedade.
RECORDATÓRIO: Notou-se que tinha sinais vitais na morgue em que o cadáver de sua mãe estava, de onde foi resgatado para o mundo dos vivos.
Painel 2;
Aqui, a criança já tem cerca de 4 anos e é erguida por debaixo dos braços, tendo todos os membros pendendo frouxos. Veste camiseta, shorts e tênis e parece tão morta quanto no painel anterior.
RECORDATÓRIO: A adoção foi rápida. Muita gente comoveu-se com sua história.
RECORDATÓRIO: Por causa de sua natureza letárgica, atravessou a infância sem incidentes dignos de nota.
Painel 3;
Aérea de um campinho de futebol. O menino agora tem uns 12 anos, está uniformizado, estendido no meio da área com o rosto virado pra grama. Alguém chuta a bola que bate em sua cabeça e entra no gol.
RECORDATÓRIO: Por um breve período na pré-adolescência um atleta promissor.
Painel 4;
Na sala de aula, com 17 anos, caído desacordado sobre uma carteira enquanto um professor explica entusiasmado a matéria. Os outros alunos brincam, jogam aviõezinhos de papel ou namoram.
RECORDATÓRIO: Destacou-se, no entanto, como um dos alunos mais concentrados em suas atividades preferidas.
Painel 5;
Jovem adulto, cerca de 20 anos, sentado no cinema com a cabeça jogada pra trás numa posição antinatural. Segura a mão de uma moça bonita a seu lado.
RECORDATÓRIO: As namoradas o apreciavam por ser respeitoso e nunca avançar o sinal.
Painel 6;
No casamento, caído de cara no bolo, os amigos gargalhando, a noiva cortando fatias do lado oposto da massa.
RECORDATÓRIO: Os amigos gostavam de seu senso de humor e não faltava ocasião pra ele demonstrá-lo.
Painel 7;
Foto de família com filhos e netos. Ele está sentado no sofá numa posição tão antinatural quanto a do cinema. A mulher ao seu lado. Os filhos, em pé, atrás deles e os netos sentados no chão ‘a sua frente.
RECORDATÓRIO: Os valores familiares estavam em primeiro lugar quando atingiu a maturidade.
Painel 8;
O enterro. Muitas pessoas presentes. O caixão desce ‘a sepultura.
RECORDATÓRIO: Era admirado e amado por muitos e sua partida trouxe tristeza a estes.
Painel 9;
CARRIE, A ESTRANHA. Diante da lápide coberta com terra fresca, surge uma mão envelhecida de sob ela. Pôster de filme de terror Z.
RECORDATÓRIO: Em sua segunda existência, parido do leito frio que rejeitou seus ossos, fez tudo que deixou de fazer na primeira.
RECORDATÓRIO: Viveu plenamente.
RECORDATÓRIO: Viveu duplamente.
FIM.
Sunday, September 18, 2005
É hora.
Estranho escrever sobre isso, mas ainda assim... é um meio pra se chegar a um fim.
Rimou, mas não de propósito.
Antes de chegar aqui, estive fuçando os indefectíveis sites de sempre sem encontrar nada digno de nota. Notícias requentadas quando muito e, claro, toneladas de novidades sobre o mainstream dos quadrinhos.
O que é um saco.
Ainda mais se contar a vocês o que encontrei no sebo hoje.
E, não se engane, eu vou contar.
Pra começar, um número da mítica BALÃO, revista alternativa que lançou nomes como Gê, Laerte e Angeli. Depois tem uma revista editada pela VERSUS, REVISTÃO DE QUADRINHOS, também com nomes nacionais, uma quadrinização da vida de Zumbi dos Palmares, Edgar Vasquez for dummies e whatnot. Daí outra coisa com o título evidente de UNDERGROUND, um almanaque da GRILO, com Crumb e Corben, ambos em forma.
Esta última aí é mais nova que eu um ano.
Foi a Golden Age dos quadrinhos em que um punhado de caras sem noção de certo e errado, do que era possível ou não fizeram sua própria história nas historietas. Atitude que devia ser resgatada por quem quer que se proponha a fazer narrativa seqüencial nos dias de hoje.
Ao invés disso vemos muita energia sendo dispendida pra fazer mais do mesmo, sem foco pro diferente, pro inédito.
O que é lamentável.
Mais lamentável ainda é pegar a revista que se diz publicação sobre quadrinhos e vê-la dando ênfase em matérias grandes aos hábitos "bebelimentares" de roteiristas ou 'as opiniões de "fotonovelistas" com fama de desenhadores.
A moda das celebridades anacéfalas chegou aos quadrinhos.
E o fim do mundo está próximo.
Quer sinal mais claro que esse? Quando as páginas não são preenchidas por hype de histórias insossas (AVENGERS DISASSEMBLED, IDENTITY CRISIS) o são por histórias igualmente insossas de pseudo-personalidades dos quadrinhos.
Uma revista que deveria servir como veículo pra divulgar a existência de vida inteligente no mundo das hqs é sua maior detratora.
Mas faz sentido.
A banalização da estupidez como estilo de vida dá nisso.
Muitos programas de fofoca veiculados pela tevê resultam em uma mídia constipada com a mesma tendência absurda.
Mas acho que já escrevi demais sobre a doença.
A cura está em cada um.
É a tal história de "votar com a carteira" de que tanto se falou há dois, três anos. Se a gente quer qualidade, deve deixar claro que a quer abandonando as publicações que não fazem mais a cabeça de ninguém. Manter títulos em mãos e lê-los por inércia é atitude que nos equipararia com quem participa dessa lixaiada. Sou mais procurar minha dose de arte seqüencial em outras paragens, outros países e outras épocas do que comer merda.
Friday, September 16, 2005
Uma.
Quase, no relógio do computador, e tudo em que penso no momento é a respeito de outra "uma", mais "uma" sincronicidade bibliográfica.
Aconteceu de hoje terminar de ler O BEIJO DO OTÁRIO, do Alan Parker e concluir que a história, apesar de soberbamente narrada, tem uma ou duas falhas. A ausência de um conflito claro desde o começo do livro é um exemplo. As soluções encontradas pros conflitos quase inexistentes também soam meio "deus ex-machina". Por algum motivo, acho que seria o tipo de livro do gosto dos "verossímeis". Eu gostei, apesar das ressalvas.
Assim, comecei a ler JONATHAN STRANGE & MR.NORREL, de Susanna Clark, livro que faz a pergunta: Por que a magia deixou de existir na Inglaterra do século XIX? É interessante essa curiosidade a respeito do fim de um fenômeno tão divulgado. Depois de ler o capítulo inicial, revesei com a leitura de um capítulo de A SENSAÇÃO... sobre o "mau-olhado". O engraçado é que lá pro meio do capítulo, Shelldrake, além de responder 'a pergunta, solta uma nota bibliográfica sobre um livro que explicou "o declínio da magia na Inglaterra".
Legal, né?
Então, pensei, "Tabu intelectual, hã?"
Mas não se resume a isso. Nunca se resume a uma coisa só. Primeiro houve a Inquisição e todas suas conseqüências horripilantes. As pessoas se acusavam mutuamente de praticar a feitiçaria e isso resultou em muitas mortes estúpidas. Depois, promulgou-se uma lei que dizia que qualquer um que afirmasse ser um praticante das artes negras era um farsante e quem o denunciasse como feiticeiro seria condenado.
Não dá pra ficar mais interessante que isso, acredite. O fato de as leituras se encadearem não fugiu 'a minha atenção e é o tipo de pergunta que merece uma resposta estudada.
O onipresente Ken Wilber diria que o "modo de pensar' da sociedade pós-industrial" não comporta elementos tão simplísticos quanto a magia ou o mito, mais associados com sociedades agrárias, pré-industriais.
Fico sobremodo tentado a concordar com ele, apesar de acreditar, com uma veemência disfarçada com boa dose de bom-senso, naquela máxima de Pascal a respeito da razão.
Sempre há a nova idéia do que é a mente e do que sua presença no ambiente físico é capaz de fazer.
Meu tema em TURBILHÃO, claro.
Thursday, September 15, 2005
Fogo.
Certo.
Em tese eu deveria estar contente por conta de haver possibilidade de publicar qualquer coisa num futuro próximo. Projetos há muito abandonados podem ser retomados, finalizados e chegar 'as mãos a que se destinam.
Só tem um problema.
Não sei mais se me importo, nem faço idéia se importou em algum momento. O afã inicial que tinha se foi, perdido na espuma quântica, tão rápida é minha impressão de passagem de tempo. Talvez houvesse algum tipo de júbilo e realização se eu ainda estivesse 'a cata desse tipo de satisfação pessoal.
As maiores dificuldades, no caso de historinhas, resumem-se 'a falta de quem termine a parte gráfica das mesmas satisfatoriamente. Eu já não quero me dar ao trabalho de procurar desenhistas. Tem um com quem consigo trabalhar sem estresse e ele simplesmente não daria conta de desenhar o montante de material pronto que tenho, quanto mais investir seu tempo em material novo.
Estive conversando com ele no último sábado (como disse, não consigo deixar de mencioná-lo) e, como era de se esperar, disse uma das minhas máximas, coisa repetida a um sem-número de outras pessoas igualmente competentes e que me deixa com vontade de tornar real: se tivesse dinheiro, o contrataria pra desenhar esse material todo com exclusividade. Como a realidade está mais longe do ideal do que desejo, me contento em tomar um café e conversar fiado.
Minha energia pra esse tipo de empreitada é limitada.
Se tivesse alguém disposto a encarar os afazeres técnicos e pudesse só escrever, estaria pronto a sacrificar as poucas horas de sono que me restam, de outro modo, nada feito.
Seria o bendito editor. O mesmo cara responsável por formar uma equipe de produção e de ser crica o bastante pra tirar o melhor dela, isso me incluindo, claro. Alguém que lesse uma sinopse e dissesse o que funciona ou não nela e ajudasse a tirar o melhor de todos os envolvidos.
Mas por aqui tudo que se quer é que as pessoas apareçam com material pronto pra submissão sem qualquer orientação, sem qualquer diretiva, sem quaisquer guidelines. Assim, sinceramente, não rola.
Wednesday, September 14, 2005
Lingüiça.
Sem enrolação: estou tentando pensar em algo a dizer, algo que valha 'a pena ser dito e em como fazê-lo de modo coerente, já que hoje tô com problemas pra manter minha concentração e, em conseqüência, o fluxo de idéias a uma velocidade razoável o bastante pra me manter interessado.
Primeiro: vá dar uma lida em OFF BITTER SOULS #1, de GRÁTIS! Se não houver nenhum motivo além de se tratar de material gratuito, lembre-se que o desenhista é Norm Breyfogle, competentíssimo, como sempre.
Queria poder dar seqüência a outras idéias trazidas em dias diversos, mas tenho meu cronograma de leitura diária atrasado... ainda preciso ler um capítulo, pelo menos, de 3 livros diferentes, dois dos quais são pesquisa, pura e simples.
Pesquisa: é sempre legal ter o que aprender e sempre deve haver coisas novas a serem aprendidas, de outro modo, minha vida seria um tédio (ennui) sem fim. Ah, sei que já disseram que o tédio é material tão bom quanto qualquer outro pra produção literária, já li textos descrevendo o vazio e tudo mais, mas não é minha praia.
Mesmo.
O que me faz voltar 'aqueles momentos peculiares em que me pego entre o estágio de vigília e o sono... nem a inconsciência nem a consciência em sua plenitude, só o ponto de transição entre elas.
Noutro dia, estando nessa área intermediária, vi um muro no qual se encontrava uma poesia em dois quartetos... lembro que acordei o suficiente pra lembrar do primeiro verso de um deles, mas isso durou só alguns minutos, já que, a seguir, caí em sono profundo.
O que me faz lembrar de Coleridge e sua poesia onírica, particularmente, KUBLAI KHAN. Segundo a narrativa do próprio poeta, ele teria sonhado o texto inteiro, mas foi acordado bruscamente e só trouxe de volta 56 versos, o que é melhor que nada.
O que me faz lembrar da premissa de SONHO DE UMA ESTAÇÃO, em que um pintor sonha recorrentemente com a mesma tela todos os dias e objetiva, como uma solução mágica pra seus problemas, reproduzir a tela dos sonhos fisicamente.
Em sua cabeça, se conseguir trazer esse fragmento de sonho pra realidade, tudo se tornará possível. Mas ainda não fui muito longe com essa idéia que deve tomar proporções de um conto, uma história mediana de, no mínimo, 12 páginas.
Claro que tem tudo a ver com O LIVRO DOS SONHOS, de Borges, e um dos trechos coligidos por ele, de Papini, é a semente inicial da narrativa. Aliás, é outro material inesgotável, que sempre gera novas idéias, dependendo de como eu o observe. DOPPELGÄNGER foi gerado exclusivamente a partir de A ÚLTIMA VISITA DO CAVALEIRO ENFERMO.
Quero, dentro dos próximos dias, estar de posse também de um livro que preciso reler: O HOMEM QUE FOI QUINTA-FEIRA. Lembro mais ou menos do enredo, uma sui generis história de detetive, mas quero mais que isso, preciso de mais que isso pra próxima escala da viagem.
E, claro, GOOD NIGHT AND GOOD LUCK.
Tuesday, September 13, 2005
Troca.
Tem se tornado mais comum recentemente passar por momentos de interação com outras pessoas antes desconhecido por mim ou, mais simples, difícil.
Pra variar, aconteceu na sala de aula e o excepcional foi a receptividade dos alunos 'as idéias trazidas. É o que me surpreende: a flexibilidade de pensamentos que se encontra num adolescente e está perdida nos adultos. Elasticidade, potencial pra encarar novas idéias sem sofrer uma crise epiléptica.
Enfim.
Estava falando sobre uma poesia de Alphonsus de Guimaraens e de como ele faz a intertextualidade entre o primeiro quarteto da dita com um ditado latino coligido diligentemente por Borges e que é digno de assombro, pra ficarmos num nível bastante terreno.
LUX UMBRA DEI. Ou "A luz é a sombra de Deus".
Depois de tagarelar de forma interminável a respeito do poder de síntese contido nas 3 palavras, de falar da enormidade que se oculta em tal declaração, de comparar o que é a sombra pra nós com o que seria a sombra de Deus, vi que eles estavam completamente absorvidos no discurso e me peguei falando a respeito da mente, da intersubjetividade e de que somos mais do que um amontoado de órgãos presos dentro de um saco de carne, pele, ossos...
Humanos, afinal.
Legal ver que depois de mais de uma hora de aula, alguns deles ainda queriam discutir o assunto e enveredamos por pontos mal iluminados do conhecimento como uma temática que tem se tornado recorrente na minha produção atual: a identidade. O que é? De que se constitui?
O que me traz ao ponto em que falo do, melhor dO Projeto. É, a verdade pura e simples é que meu trabalho longo que se aproxima tem a ver com o mesmo tema. Concluo também que é um tema do agrado da molecada que está atrás de se afirmar como indivíduos. Um negócio que pode trazer em seu fulcro doses maciças de ação e cabeças falantes, mas que vai se resumir, em princípio, 'a contrução da identidade do homem brasileiro do século XX.
É pretencioso pra caramba, mas gente mais esperta disse que sem pretensão não se faz nada.
E aqui estou eu, em plena madrugada, tentando digerir tudo que posso de técnicas cinematográficas, canibalizando pesadamente mesmo, de modo a melhorar a exposição da história visual sem ter que apelar tanto pro texto.
Monday, September 12, 2005
Redenção.
Cansado, mas ainda não além da redenção. Depois da ebulição anterior derivada do consumo de pimenta, café e outros aditivos, me peguei rabiscando o caderno de notas sem aquela coisa chamada trégua e elaborando sobre um tema recorrente aqui (entre outros lugares em que aparece qualquer coisa por mim escrita).
Revi minhas notas, apertei mais um pouco um par de idéias pra projetos longos e, nesse processo, vi que preciso de mais tempo pra escrever. Quando me dedico a esse material de longo termo, é o que mais pesa, mesmo. Tempo.
Porque a verdade é que se faz necessário dar continuidade 'as idéias e isso só é possível de verdade se se encarar o projeto como algo em adamento ininterrupto. Minhas melhores idéias "maiores" só funcionam assim por conta da dedicação... lendo a entrevista monstro entre Hitch e Truffaut peguei uma lasca de conversação que tem a ver com isso.
Hitch está discutindo a ausência de verossimilhança em seus filmes e a falta que isso faz aos críticos ou a seus críticos mais tenazes. Daí diz que a verossimilhança é sacrificada em troca da ação contínua. É isso o que acontece também em hqs. Não dá pra pensar o tempo todo em realismo... talvez daí o fato de muito da produção gringa não estar me agradando como costumava: os autores deixaram de lado o fluxo pelo luxo de criar material realístico.
Enfim, em qualquer dos casos fica patente a demanda do tempo, a atenção ao detalhe e coisas assim. Como Hitch lidava com um suporte mais dinâmico que os quadrinhos fica fácil entender seu desprezo pela dama "Realidade", coisa tão pessoal e intransferível quanto uma doença crônica.
O meio quadrinhos, no entanto, apesar de ser menos glamouroso que o cinema, se presta a uma elasticidade que o supra não tem. Você pode ter velocidade de ação e verossimilhança juntos porque, pra contextualizar uma ação os narradores seqüenciais não precisam de mais do que um recordatório ou dois bem colocados. O exemplo que vem a memória com mais facilidade se deu no início da série do Justiceiro escrita por Ennis. Ele justifica o retorno do personagem 'a sua guerra ao crime como uma enchida de saco com relação a todas as responsabilidades sobrenaturais que ele tinha aquirido no seu período de "anjo vingador", tudo isso num recordatório com não muito mais que 20 palavras.
E a ação continua...
Sunday, September 11, 2005
Já?
Não sei se você já leu o que vai abaixo, publicado originalmente aqui, mas sempre vale a pena falar de coisas boas, que deram uma ou outra dose de prazer... pra mim, pelo menos. E se você ainda não leu, dá pra comprar uma versão em português da hq no zine ORBITAL.
"The issue also includes a story called (In)version by A. Moraes. This is a rather clever horror scenario that goes against the reader’s expectations. Just as we think we know where the tale is going, the situation is inverted (as the title suggests), making the monsters the ones placed in unexpected jeopardy. I found this to be a very interesting spin on the genre that succeeded in catching me off guard. The art by Jean Okada uses a solid and straightforward illustration style that makes good use of shadow and fits the story well."
Extra-forte.
Hoje: depois de uma dose excessiva de café extra-forte, deixo tudo a cargo das sinapses aditivadas pelos neurotransmissores e relaxo.
Reli quase toda a primeira storyline de SANDMAN e reitero minha opinião a respeito do que seria, pra alguns, uma das melhores hqs de todos os tempos: é só mais ou menos. Gaiman mata a pau, no entanto, quando escreve contos. Se não me engano, várias historinhas fechadas de uma edição foram premiadas. Ainda assim tenho que concordar a respeito da importância do cara nos quadrinhos, principalmente, por ter resgatado parte da graça que a fantasia tem tornando-a mais adulta.
Em outro front, tô até os joelhos lendo O BEIJO DO OTÁRIO, que me revelou um alan Parker desconhecido: o escritor. Até então sempre gostei dos filmes do cara sem nunca ter lido textos puros. O livro serve bem pra demonstrar que o sujeito é um NARRADOR competentíssimo, independente do veículo que ele escolha.
E chegou, ta-dã, meu exemplar de JONATHAN STRANGE & MR. NORRELL, romance de fantasia pelo qual senti uma estranha atração sem ter lido uma linha sequer dele. Minhas intuições quanto a livros e autores nunca lidos tendem a ser boas, mas como visitei o site de Susana Clarke antes de comprar o livro tive mais um motivo pra aguçar minha curiosidade: entre os cinco livros citados por ela como seus favoritos está incluído WATCHMEN. Uma mulher que conhece quadrinhos e escreve ficção fantástica a respeito da ressurreição da magia na Inglaterra durante as guerras napoleônicas merece minha atenção a qualquer hora do dia.
Brigando um pouco com minha disposição de tempo pra escrever DE VERDADE. Sobre isso deve haver mais a falar em outra ocasião, se as combinações químicas estiverem dando certo e meus cabelos recomeçarem a nascer...
O consumo de substâncias cáusticas foi aumentado consideravelmente e sinto algo como eu-mesmo reassumindo o lugar a que sempre pertenceu. Bem-estar físico, pra variar. E comida com têmpero.
Hmmmm.
Saturday, September 10, 2005
Sem café.
Totalmente seco, destituído de cafeína nas veias, a cabeça latejando um pouco por falta de sono, me dedico ainda a afazeres de insone: tartamudear, elocubrar, e, claro, bater sem piedade no teclado mais negro que a noite, teclas quase invisíveis, adivinhando as letras com o tato.
Óbvio, mas sem anão de jardim, por favor, estive hoje trocando farpas ou idéias semelhantes 'as farpas com o Léo (falo um bocado dele, não?) e esqueci de mencionar um de meus sonhos que tem potencial de se tornar algo mais... claro, envolvia minha incansável busca a historinha perfeita. encontrava uma banca, daquelas só possíveis em sonhos, em que havia de tudo e a preços no mínimo atraentes.
Folheei um gibi do Batman em dois volumes desenhado por John Coulthart e pensava em perguntar o preço quando descobri que a banca ficava bem perto do porto.
Um velho que passava ou era o proprietário da banca me advertiu a respeito das baleias. "Não se distraia, garoto! O jorro de mijo das desgraçadas vai a uma distância fenomenal! Eu mesmo já fui vítima delas!!!"
E acordei.
Mas falei com o Léo a respeito do que pode vir a ser a próxima história de CÁPSULAS, que tem muito mais a ver com um "gibi" gringo (BEAUTIFUL STORIES FOR UGLY CHILDREN) do que com sonhos.
Era a narrativa engendrada por Dan Sweetman (um doce, rárá, de pessoa) do segundo dilúvio que ocorreria em dias contemporâneos (nem tanto, já que o gibi é dos anos 80 do século passado) e dos escolhidos, o casal Deadjohnson, para fornir a nova arca com os animais que "sobreviveriam" 'a catástrofe.
As aspas se devem ao fato de, por estarem mortos(como o nome deixa claro), os Deadjohnson só escolherem animais igualmente falecidos.
Há um momento de humor peculiar em que o sr.Deadjohnson pergunta a Deus por que ele vai causar outro dilúvio, já que tinha prometido não mais acabar com toda a vida na terra usando esse recurso, ao que o criador responde, simples, simples, que mudou de idéia.
Apesar de ter contado a vocês basicamente toda a premissa da próxima historinha a ser postada por aqui, fica no ar a abordagem que será dada 'a ela e se vou conseguir tirar um coelho do chapéu e surpreender alguém.
Friday, September 09, 2005
Volta pro presente.
Sobre o SNIFFER, da entrada anterior, recebi o rough do Léo ontem e ahcei que seria interessante fazer um post que fosse diferente, tivesse algo a ser admirado, mesmo que fosse minha cara melhorada pelo desenho dele. Gostaria de colocar mais material análogo por aqui, mas tá em falta.
Agora, vai lendo:
CÁPSULAS
“DÉDALO”
A.Moraes
Painel 1;
Neste aqui mostramos Dédalo do lado de fora de uma janela, beijando-a com os lábios formando mesmo aquele ícone de “beijo” no vidro, embaçando-o. Enquanto uma loura de cabelinho channel, estilosa, o olha de dentro e deixa um copo plástico escapar por entre seus dedos. Sei que não faço isso faz tempo, mas fica aqui a sugestão de mostrar a cena de um ponto atrás da loura, que não pode estar muito longe da janela. Não importa que alguns detalhes se percam, só a diversão conta.
DÉDALO: Mmm!!!
LOURA: Jesus!
RECORDATÓRIO: Era o ano de nosso senhor de 1989 e eu queria fazer algo diferente.
Painel 2;
De um ângulo ascendente, mostramos Dédalo afastando o rosto do vidro enquanto olha prum ponto pouco acima de sua cabeça.
VOZ (OP): Cara, você é esquisito!
DÉDALO: Por quê?
RECORDATÓRIO: O primeiro passo pra se fazer algo diferente, então, era olhar o que já tinha sido feito antes e tentar não repetir.
Painel 3;
Mostramos agora de um ângulo descendente a real: ele está em pé, flutuando no ar no exterior dos últimos andares de um prédio tão alto que a rua parece só uma linha preta lá embaixo.
VOZ (OP): Bom, gostar de assustar as pessoas não é normal, pra começar.
DÉDALO: Ah, é isso? Eu meio que conheço ela, então...
RECORDATÓRIO: Quando criei Dédalo, infelizmente, ainda não conhecia tudo, inclusive Gerard Snoble, do Eisner.
Painel 4;
Dédalo dá uns passos atrás no ar e encara o dono da voz que está um pouco mais no alto que ele.
VOZ (OP): E isso te dá o direito de vir aqui e beijar a janela da coitada?
DÉDALO: Acho que sim. O que tem de errado nisso?
RECORDATÓRIO: Era, é evidente, um tempo em que tudo era mais simples.
Painel 5;
Ele vira de costas pro prédio de onde o dono da voz fala.
VOZ (OP): Tirando, tipo, tudo?
VOZ (OP): Sabe o que ela tá pensando? Que ficou louca! Cê acha legal abalar as verdades das pessoas?
DÉDALO: Ah, não enche!
Painel 6;
Ele olha sobre o ombro e assume uma postura de quem vai sair voando, como um super-herói qualquer.
VOZ (OP): É fácil sair sem responder perguntas difíceis, não?
DÉDALO: Olha, sei lá qual é a tua, mas tô indo.
RECORDATÓRIO: A princípio ia me dedicar a uma releitura do mito do cientista... uma parábola sobre o medo da tecnologia que...
Painel 7;
Dédalo se afasta voando.
VOZ (OP): Inconseqüente! Volta aqui! Agora!
DÉDALO: Não...
RECORDATÓRIO: ...terminou se tornando tema recorrente em minhas histórias.
Painel 8;
Mais longe agora.
DÉDALO: ...enche...
RECORDATÓRIO: Ironicamente, nunca usei essa abordagem por achar que ninguém a levaria a sério.
Painel 9;
Dentro do prédio, em pé sobre o batente da janela do andar imediatamente superior, em cima da que Dédalo beijou, vemos um pato selvagem, preto com colarinho branco. Lembra do Patolino? Mas este aqui é mais realista, não uma animação, mas o mais aproximado de um pato de verdade que for possível criar com papel e tinta.
DÉDALO (OP): ...o SACO!
PATO: É por causa de gente como você que vivemos como vivemos!
RECORDATÓRIO: Afinal, quem daria credibilidade a um homem voador?
FIM.
“DÉDALO”
A.Moraes
Painel 1;
Neste aqui mostramos Dédalo do lado de fora de uma janela, beijando-a com os lábios formando mesmo aquele ícone de “beijo” no vidro, embaçando-o. Enquanto uma loura de cabelinho channel, estilosa, o olha de dentro e deixa um copo plástico escapar por entre seus dedos. Sei que não faço isso faz tempo, mas fica aqui a sugestão de mostrar a cena de um ponto atrás da loura, que não pode estar muito longe da janela. Não importa que alguns detalhes se percam, só a diversão conta.
DÉDALO: Mmm!!!
LOURA: Jesus!
RECORDATÓRIO: Era o ano de nosso senhor de 1989 e eu queria fazer algo diferente.
Painel 2;
De um ângulo ascendente, mostramos Dédalo afastando o rosto do vidro enquanto olha prum ponto pouco acima de sua cabeça.
VOZ (OP): Cara, você é esquisito!
DÉDALO: Por quê?
RECORDATÓRIO: O primeiro passo pra se fazer algo diferente, então, era olhar o que já tinha sido feito antes e tentar não repetir.
Painel 3;
Mostramos agora de um ângulo descendente a real: ele está em pé, flutuando no ar no exterior dos últimos andares de um prédio tão alto que a rua parece só uma linha preta lá embaixo.
VOZ (OP): Bom, gostar de assustar as pessoas não é normal, pra começar.
DÉDALO: Ah, é isso? Eu meio que conheço ela, então...
RECORDATÓRIO: Quando criei Dédalo, infelizmente, ainda não conhecia tudo, inclusive Gerard Snoble, do Eisner.
Painel 4;
Dédalo dá uns passos atrás no ar e encara o dono da voz que está um pouco mais no alto que ele.
VOZ (OP): E isso te dá o direito de vir aqui e beijar a janela da coitada?
DÉDALO: Acho que sim. O que tem de errado nisso?
RECORDATÓRIO: Era, é evidente, um tempo em que tudo era mais simples.
Painel 5;
Ele vira de costas pro prédio de onde o dono da voz fala.
VOZ (OP): Tirando, tipo, tudo?
VOZ (OP): Sabe o que ela tá pensando? Que ficou louca! Cê acha legal abalar as verdades das pessoas?
DÉDALO: Ah, não enche!
Painel 6;
Ele olha sobre o ombro e assume uma postura de quem vai sair voando, como um super-herói qualquer.
VOZ (OP): É fácil sair sem responder perguntas difíceis, não?
DÉDALO: Olha, sei lá qual é a tua, mas tô indo.
RECORDATÓRIO: A princípio ia me dedicar a uma releitura do mito do cientista... uma parábola sobre o medo da tecnologia que...
Painel 7;
Dédalo se afasta voando.
VOZ (OP): Inconseqüente! Volta aqui! Agora!
DÉDALO: Não...
RECORDATÓRIO: ...terminou se tornando tema recorrente em minhas histórias.
Painel 8;
Mais longe agora.
DÉDALO: ...enche...
RECORDATÓRIO: Ironicamente, nunca usei essa abordagem por achar que ninguém a levaria a sério.
Painel 9;
Dentro do prédio, em pé sobre o batente da janela do andar imediatamente superior, em cima da que Dédalo beijou, vemos um pato selvagem, preto com colarinho branco. Lembra do Patolino? Mas este aqui é mais realista, não uma animação, mas o mais aproximado de um pato de verdade que for possível criar com papel e tinta.
DÉDALO (OP): ...o SACO!
PATO: É por causa de gente como você que vivemos como vivemos!
RECORDATÓRIO: Afinal, quem daria credibilidade a um homem voador?
FIM.
Thursday, September 08, 2005
Tempo.
Teve um em que eu desenhava, cê sabe. Nada especial, trivial simples e olhe lá. Lembrei hoje de uma história de uma página que fiz na época, sem pé nem cabeça etc e tal.
E é provável que seja a próxima CÁPSULA, exceto, é claro, que dessa vez vai ser feita com um mínimo de entendimento do material com que estou lidando. Me surpreende até agora o quanto a diferença de alguns anos pode, como você deve ter notado, fazer diferença. Me surpreende a ingenuidade com que me aproximava, abordava mesmo a narrativa, o ato de contar histórias.
O personagem era um cara capaz de voar. Ele voava por aí, uma mosca entrava em seu caminho e, surpresa-surpresa, apanhava a danadinha em pleno vôo e tinha um tipo de conversa com ela.
Por que estou contando isso?
Porque, como já disse, dessa vez vai ser diferente.
Começa por aqui, por essa entrada. Já tirei do caminho toda a história pregressa e só vou usar um elemento da historinha original e boba que fiz tantos anos atrás. E o elemento é um símbolo, portanto, não tem como saber do que se trata até estar pronta.
Ontem estive conversando com o Léo a respeito do que me faz escrever. Tem um "estado de espírito" certo pra isso, claro. Ah, e antes que alguém pergunte, as entradas que não são CÁPSULAS aqui podem ser desconsideradas como exemplares desse supracitado estado.
Eu o chamo de CLICK.
Porque é assim que funciona.
As idéias, em turbilhões, ficam passando diante dos olhos da mente, sem, necessário, chamar minha atenção. Olho 'as vezes completamente desinteressado, outras impregnado de expectativa, mas difícil é encontrar uma que dê o CLICK.
Daí entra outro elemento da composição da ficção curta. A procrastinação. Adiar é preciso, como diria o poeta. Rárárá.
Então adio.
Até que chega um momento como o de hoje, em que me ocorreu exatamente o que preciso. Bom, pra resolver o problema dessa historinha em particular, pelo menos.
Daí, mais 10 ou 20 minutos diante de uma página que no início estará em branco e, presto!, tudo resolvido.
Daí o registro cedo. Vou me dedicar a tamborilar pelo tempo regulamentar estabelecido e, provável, amanhã ponho por aqui procê malhar.
Wednesday, September 07, 2005
Ser.
Ou não, tem sido a questão por tempo mais que suficiente. Decidi durante o dia que me entregaria ao fluxo com mais vontade do que o de costume e já fiz minhas postagens coerentes por ontem hoje. De agora em diante espere somente um blábláblá inconseqüente.
Se você ainda não leu a entrevista do Morrison que linkei na última entrada, faça um favor a si mesmo e vá lá, tipo, AGORA. Depois disso vai ser mais fácil entender o estado de efervescência cerebral em que me encontro no momento.
Não só pela entrevista em si, mas em como o que é dito nela faz sentido, mais sentido do que se está acostumado a encontrar no noticiário televisivo de qualquer horário em qualquer emissora.
O que ele fala sobre política vem de encontro 'as minhas tentativas toscas de dar sentido a esse ambiente artificial que vemos sendo criado todos os dias diante de nossos olhos, ambiente que tem mais elementos de ficção do que qualquer outra coisa veiculada na tev~e ou em outros mcms.
Daí que hoje, você vai perceber, é um dia cheio delas, cheguei 'a decisão de, simples e eficaz, deixar de lado minhas tentativas de encarar qualquer coisa que traga em seu fulcro a idéia de autoridades/representantes eleitos com sequer um dedal de seriedade e dedicar o que me resta dessa capacidade a outros assuntos, mais pertinentes e/ou interessantes pra mim.
O que me traz ao presente momento e 'a validade de mais um punhado de palavras digitado quase que aleatoriamente enquanto penso em como conciliar o sono dentro dos próximos minutos.
Talvez eu devesse falar a respeito de meu problema com figuras de autoridade, pra começar, mas acho que isso serviria melhor como combustível pruma CÁPSULA futura, já que a série entrou agora no mood de semi-autobiografia (que pode ser só uma desculpa e um chamariz de atneção, claro, já que na transição a memória certamente, mais que certamente, é embelezada de modo a agradar tanto a mim quanto ao freguês).
Quer dizer, freguês hipotético, baseado em mim mesmo como seria há 20 anos aproximados, época onde busquei as memórias pra MY GIRL. é, o tempo voa mais rápido que a velocidade do pensamento. Espero conseguir capturar memórias mais recentes com um atraso menor. Ou teria que esperar um tempo bem maior do que quero pra chegar na contemporaneidade. Quando estiver entrando nos 60, devo estar falando dos tempos correntes.
Tenho que correr e atualizar tudo da melhor maneira possível.
E ainda pensando na CAÇADA e nas restantes 30 páginas narrando a queda do império Ali. E em todos os outros livros (fetiche por papel?) empilhados na escrivaninha e esperando pela atenção que merecem de minha parte.
Acho que por hoje já tive o suficiente de escritura em tempo real, pras pessoas reais por trás de todos esses bytes.
Boa-noite.
'A esquerda de YHWH.
Senta-se este sujeito. É uma daquelas entrevistas longas e não coloquei o link direto pra que cê possa apreciar, também, um texto escrito por Mike Carey a respeito de quadrinhos e cinema.
Agora, o homem mau dos quadrinhos de super-heróis ataca novamente fazendo o que faz melhor: hype. Vá lá e, se quiser, acrescente seus dois centavos 'a experiência.
Tuesday, September 06, 2005
Nova chamada.
A Voz do Fogo chama outra vez.
O motivo de colocar o link outra vez é só um: na primeira tentativa algo deu errado e ele não funcionou, o que só desbori recentemente. Agora está certinho e leva a um artigo que tem tudo a ver com a entrada anterior, é soberbamente escrito e DEVE ser lido.
3º GERAÇÃO.
Não pergunte.
Exceto se quiser saber, claro.
É o que tenho feito enquanto folheio o gibi que traz na capa o título desta entrada. Publicado por aqui pela RGE em 1981, é descrito como "a nova evolução da KRYPTA", outro gibi, na minha opinião, de qualidade incontestável.
Mas ainda fica a pergunta: 3º geração do quê, exatamente? Tudo bem se isso soa futurístico o suficiente pra você, eu acho. Pra mim, bom, não sei.
O que sei: é um bom gibi com boas historinhas.
Tem uma adaptação de Larry Niven feita por Doug Moench e Vincent alcazar, por exemplo, e a vibe geral é de uma Heavy Metal mais voltada pro ato de contar histórias do que entreter visualmente.
O que, por si, não chega a ser bom ou ruim, qualidade ou defeito.
É o tipo de gibi que seria ignorado pela maioria dos leitores de quadrinhos nestas plagas por ser em p&b e não trazer na capa um super-herói multicolorido socando alguém, voando, morrendo ou praticando qualquer ação relevante (ou irrelevante, como o é na verdade e no mais das vezes).
Chamaria atenção pela ilustração de robofilia explícita na capa, talvez.
Também é o tipo de gibi que seria extremamente interessante vermos sendo circulado por mãos afoitas e perscrutados por olhos ávidos ligados 'as mentes elásticas de garotos de 12, 13, 14 anos porque, simples, traz idéias sociais e políticas ausentes na maior parte das publicações atuais.
E não me leve a mal: não é reacionarismo, muito pelo contrário. É carência de qualquer publicação que preencha essa lacuna, mesmo.
Nos gibis da Warren (que é a originadora também deste material) havia uma preocupação subjacente com ecologia, corrupção etc, etc e etc. Coisas que passam batidas pelas crianças mesmo que sejam divulgadas pela tevê em larga escala porque, verdade seja dita, sofre com uma veiculação no mínimo tediosa por parte de âncoras e repórteres televisivos apáticos.
Não dá pra esperar que alguém com a imaginação ativa do princípio da adolescência fique salivando de curiosidade a respeito de qualquer coisa apresentada pela Fátima Bernardes, pra citar um dos zumbis catódicos.
O conto do Niven é interessante pra molecada por contrapor dois tipos, personagens, bastante comuns, pode-se dizer arquetípicos, o Mago e o Guerreiro. Inteligência e Força. Enfim... um vive sabiamente o outro matando tudo que se move por estar dominado por sua arma... que pode ser entendida como um símbolo fálico...
Pra encurtar uma história longa, o Mago descobre que a magia está se esgotando na atmosfera com rapidez surpreendente e procura soluções para o problema, enquanto o Guerreiro o procura com uma desculpa esfarrapada para matá-lo por estar interessado em sua mulher. Sexualmente, como tem que ser.
É mais subtexto do que se pode encontrar em toda a cronologia Marvel atual.
Não é questão de ser ranzinza também.
De certo modo tô fazendo côro a um troço que Morrison disse a respeito do leitor atual e sua incapacidade de interpretar textos. Por que a Marvel, apesar de minha opinião a seu respeito, faz o sucesso que faz?
Porque esmiúça tudo pro leitor, entrega a leitura pronta, sem haver necessidade de interpretação nenhuma. É o tipo de encanto que precisa ser recuperado pros quadrinhos voltarem a valer 'a pena.
Noutro dia me peguei pensando que antes do surgimento da Metal Hurlant na França os quadrinhos alternativos americanos e ingleses em seu boom original eram muito mais interessantes em caráter conteudístico do que qualquer fc seria capaz.
Pegue FRITZ THE CAT, por exemplo. Freud, Jung e outros bichos.
Ontem falei que Duke meio que perdeu a graça pra mim. Ainda assim li com interesse uma parte do livro em que ele falava do fenômeno dos não-estudantes no campus da Universidade de Berkeley. Eram pessoas que queriam saber melhor mesmo que pra isso não adquirissem diploma universitário. Gente interessada em desdenhar e usar o sistema que as oprimia e impedia de viver a seu próprio modo pra viver de seu próprio modo.
Acho que é isso que faz falta no quadrinho atual: provocação, vontade de subverter o status quo. Por todos os motivos acima e mais alguns.
SE COADUNAM.
Li um pouquinho de cada coisa hoje. A GRANDE CAÇADA AOS TUBARÕES, do Raoul Duke, tem sido a parada mais dura. Já tinha abandonado a leitura uma vez e agora me pergunto com expressão séria, olhando no espelho, afinal, que graça tem isso? Mas tô avançando. Mais umas 100 páginas e termino. Como diria o autor, "horrível, horrível!"
A grata surpresa foi começara ler VIC AND BLOOD, sobre um garoto de 14 anos e seu cão telepático num futuro pós-apocalíptico assombrado por zumbis radioativos e gangues de adolescentes em busca de bebida e mulheres. Cortesia de Harlan Ellison. Ah, e no livro tem a adaptação do texto pros quadrinhos feita por ninguém menos que Richard Corben.
Curiosamente, o capitulo que li hoje de A SENSAÇÃO DE ESTAR SENDO OBSERVADO falava, em sua maior parte, da relação telepática entre animais domésticos e seus donos.
Quando disse que se coadunam é porque é assim mesmo.
Um desavisado pode pensar que é loucura, mas quem já testemunhou esse tipo de bizarrice duvida uma ou duas vezes antes de duvidar... é, eu sei.
No front da política, que é o que tinha ficado programado pra hoje, a discussão do dia girou em torno do 'mensalinho' do Severino Cavalcante que, por uma coincidência bizarra, tem um sósia professor de matemática que, mais bizarramente ainda, trabalha comigo!!!
Fico me perguntando se o cara seria tosco a esse ponto, de aceitar propina pra garantir que um restaurante tenha preferência sobre servir refeições pra parlamentares. Depois penso em todas as tosqueiras que vejo diariamente e concluo que é mais possível que impossível.
O que é uma pena, já que o sósia dele é gente boa.
Corrupção é foda, né não?
O Lobo disse um negócio legal em MILÉSIMA SEGUNDA NOITE: o Brasil não tem desastre natural porque já tem os políticos que tem. Não é meigo?
Já comparei Wolff com o Duke e hoje me arrependo disso. Por quê? Tá é simples: por mais que tenha gostado de alguns livros do velho drogado, tenho que admitir que a essa altura tá faltando substância no material pra que eu possa apreciá-lo. Evolução como leitor. Me acontece o tempo todo. Wolff, ao contrário, tem se mostrado não só bom escritor como homem culto, o que precisa ser respeitado.
Pra fechar, li um tequinho, pequeno mesmo, da entrevista gigante HITCHCOCK/TRUFFAUT. Que delícia! Pena que a gente não tem mais livros assim. O velho Hitch falando a respeito de seu primeiro filme como diretor é hilária. As preocupações dele com dinheiro, trens e o fato de não saber nada sobre a biologia cíclica feminina aos 23 anos... só no começo do século XX, mesmo.
Sunday, September 04, 2005
Vazio.
Tá, admito de saída que não tenho coisa alguma que mereça ser dita hoje. O dia transcorreu sem incidentes fantásticos ou leituras que acrescentassem interrogações suficientes pra me fazer pensar sobre qualquer tópico que fosse.
E isso é bom, em certo sentido.
Por mais que goste da alta octanagem de idéias, há um limite pra tudo. Depois da overdose de sensações produzidas por coisas como WE3 e MINHA IDÉIA..., por exemplo, preciso mesmo dos momentos calmos pra deglutir as impressões/informações e seguir em frente.
Claro que o que mais me faz voltar aqui e tergiversar é a vontade de colocar alguma forma contra o vazio existencial que assombra esses momentos de silêncio apreciáveis de outra forma.
Atrair os demais pra esse entorno e povoá-lo o máximo que puder com gente capaz de trocar, acima de tudo, o silêncio por um mar de idéias intercambiáveis. É a chamada intersubjetidade que dá 'a cultura/produção cultural sentido de ser. Motivo de existir.
Depois de escrever MY GIRL e dizer mais de uma vez que CÁPSULAS é sobre pessoas, tenho que dizer que é também a meu respeito. Sim, que surpresa, não? Se eu não tivesse dito como você suspeitaria? Longe de querer subestimar a inteligência de qualquer um, o objetivo é clarear as idéias e deixar tudo em pratos limpos.
O primeiro ciclo é sobre repressão, o segundo sobre regressão e o terceiro, como deve ter ficado evidente em algum momento, sobre transcendência. Quis dar essa idéia usando de metalinguagem na primeira curta do ciclo e de semi-autobiografia agora, na segunda. O que vem depois disso não sei dizer.
Que vai continuar sendo sobre pessoas e, possivelmente, sobre a humanização delas, já não tenho mais muitas dúvidas.
Espero estar melhor abastecido amanhã pra escrever mais longamente e, de preferência, sobre alguma coisa diferente do que tenho feito nos últimos dias. Bem provável que imprima novo assalto 'as elocubrações sobre política e que tais.
Saturday, September 03, 2005
Menos uma, sete e contando...
Ó, esta é a segunda do terceiro ciclo. Cês vão perceber que é uma das mais pessoais também... talvez, junto com a primeira, por aí. Mas emocionalmente é a que mais tem a ver comigo. Acho que isso vai deixar claro a que vem o terceiro ciclo. Vamos ver a reação da moçada.
CÁPSULAS
“MY GIRL”
A.Moraes
Painel 1;
Menina de 15, 16, com jeitão de maria-moleque, cabelo curto, jeans, batboots, camiseta preta no melhor estilo “sou punk” dos 80 encontra carinha bobo, óculos e uniforme escolar no pátio de uma escola pública com cara de Alcatraz na hora do recreio.
CÉLIA: Meco! E aí?
MECO: Célia... cê viu a Cris hoje?
Painel 2;
Em Célia: risinho nos cantos da boca, preso/apertado.
CÉLIA: Perguntei primeiro!
MECO: Ah, tá tudo bem, acho...
RECORDATÓRIO: Célia tinha isso nela: me fazia sentir importante, mais importante que qualquer urgência boba que me assombrasse.
Painel 3;
Em Meco, esfregando o nariz.
RECORDATÓRIO: No caso...
MECO: E a Cristina?
CÉLIA: Quer tudo fácil, né? Olha ela aí!
Painel 4;
Meco, Cristina e Célia, que sai de fininho com uma cara meio zangada.
CRISTINA: Ei! Cês tão me traindo, é?
MECO: Quié isso, ruiva!
CÉLIA: Sobrei gente! Fui!
Painel 5;
Meco de olho em Célia com Cristina entre eles. A menina chega perto de Sérgio, o amigo do violão que ta num canto afastado do casalzinho.
RECORDATÓRIO: Eu tava ficando com a Cristina. Era meio maluco por ela. Célia era minha melhor amiga e apresentou a gente.
Painel 6;
Meco, Célia e Sérgio numa sala de aula. A menina posa enquanto Meco desenha seu rosto num caderno espiralado e Sérgio tem aquele ar distante de cara mais que legal pensando em como não atrapalhar.
RECORDATÓRIO: Me apresentou também pra “CHICLETE COM BANANA”, Titãs e outros bichos.
RECORDATÓRIO: E pro Sérgio, o amigo silencioso que todo mundo tem que ter.
RECORDATÓRIO: Em troca, fiz um retratinho tosco dela.
Painel 7;
Célia entregando um pedaço de papel pra ele.
RECORDATÓRIO: Daí ela fez uma poesia pra mim. Pôs até meu nome na rima.
Painel 8;
Célia abraçando Meco por trás, ele sentado, os braços dela envolvendo seu pescoço carinhosamente.
RECORDATÓRIO: Na periferia da minha consciência acho que saquei que alguma coisa tava acontecendo.
RECORDATÓRIO: Mas no centro só dava Cristina.
Painel 9;
Célia com aquela expressão emburrada que fica linda em meninas de 16.
RECORDATÓRIO: Célia foi melhor amiga, confidente, me massageou o ego e o corpo e lembro de todos os minutos que passamos juntos.
RECORDATÓRIO: Cristina? Que Cristina?
RECORDATÓRIO: P.S.: Com amor, pro meu verdadeiro primeiro amor,
Abs!
“MY GIRL”
A.Moraes
Painel 1;
Menina de 15, 16, com jeitão de maria-moleque, cabelo curto, jeans, batboots, camiseta preta no melhor estilo “sou punk” dos 80 encontra carinha bobo, óculos e uniforme escolar no pátio de uma escola pública com cara de Alcatraz na hora do recreio.
CÉLIA: Meco! E aí?
MECO: Célia... cê viu a Cris hoje?
Painel 2;
Em Célia: risinho nos cantos da boca, preso/apertado.
CÉLIA: Perguntei primeiro!
MECO: Ah, tá tudo bem, acho...
RECORDATÓRIO: Célia tinha isso nela: me fazia sentir importante, mais importante que qualquer urgência boba que me assombrasse.
Painel 3;
Em Meco, esfregando o nariz.
RECORDATÓRIO: No caso...
MECO: E a Cristina?
CÉLIA: Quer tudo fácil, né? Olha ela aí!
Painel 4;
Meco, Cristina e Célia, que sai de fininho com uma cara meio zangada.
CRISTINA: Ei! Cês tão me traindo, é?
MECO: Quié isso, ruiva!
CÉLIA: Sobrei gente! Fui!
Painel 5;
Meco de olho em Célia com Cristina entre eles. A menina chega perto de Sérgio, o amigo do violão que ta num canto afastado do casalzinho.
RECORDATÓRIO: Eu tava ficando com a Cristina. Era meio maluco por ela. Célia era minha melhor amiga e apresentou a gente.
Painel 6;
Meco, Célia e Sérgio numa sala de aula. A menina posa enquanto Meco desenha seu rosto num caderno espiralado e Sérgio tem aquele ar distante de cara mais que legal pensando em como não atrapalhar.
RECORDATÓRIO: Me apresentou também pra “CHICLETE COM BANANA”, Titãs e outros bichos.
RECORDATÓRIO: E pro Sérgio, o amigo silencioso que todo mundo tem que ter.
RECORDATÓRIO: Em troca, fiz um retratinho tosco dela.
Painel 7;
Célia entregando um pedaço de papel pra ele.
RECORDATÓRIO: Daí ela fez uma poesia pra mim. Pôs até meu nome na rima.
Painel 8;
Célia abraçando Meco por trás, ele sentado, os braços dela envolvendo seu pescoço carinhosamente.
RECORDATÓRIO: Na periferia da minha consciência acho que saquei que alguma coisa tava acontecendo.
RECORDATÓRIO: Mas no centro só dava Cristina.
Painel 9;
Célia com aquela expressão emburrada que fica linda em meninas de 16.
RECORDATÓRIO: Célia foi melhor amiga, confidente, me massageou o ego e o corpo e lembro de todos os minutos que passamos juntos.
RECORDATÓRIO: Cristina? Que Cristina?
RECORDATÓRIO: P.S.: Com amor, pro meu verdadeiro primeiro amor,
Abs!
Friday, September 02, 2005
Paralelas.
Tanta coisa a dizer e tão pouco tempo...!
Primeiro o que vem primeiro, certo?
Não lembro mais se comentei aqui, mas li WE3 fim-de-semana passado e, cara, que bolada! Não, não é gíria, é uma bolada, mesmo, do gênero "nas fuças".
Quando li numa entrevista o Morrison dizendo que era a coisa mais próxima de um mangá que já tinha escrito fiquei curioso. Terminei de ler um email do Hector em que ele compara WE3 a um game. Minha teoria é corroborada: mangás e games são coisas muitíssimo próximas, objetos de arte da nova era, seja lá qual for.
Níveis de dificuldade progressivos, um objetivo a ser alcançado etc e tal são os materiais mais comuns das tramas narradas nesses suportes.
O que estive pensando enquanto andava hoje 'a tarde foi que Morrison não desperdiça idéias. Quando ainda estava escrevendo NEW X-MEN ele se saiu com a idéia de que o programa WHEAPON X era um de uma série numérica que começou com WHEAPON I.
O que é WE3 se não WHEAPON 3?
Bandit, o cão, 1; Tinker, a gata, 2; Pirate, o coelho, 3.
Ainda em NEW X-MEN ele falava que o projeto começou com animais, progrediu pra seres humanos (Capitão América seria um dos dessa fase) e terminou com mutantes.
Tudo isso ainda é dizer pouco de WE3, porque a história tem muito a ver com o quesito emoção de que falei noutro dia aqui. É não só pras pessoas que se importam com cães, gatos e outros bichos, mas também com outros seres humanos.
Mas acho que isso terminou ficando nerd demais.
Pensando bastante a respeito de AO INFERNO PELA COMPANHIA e TURBILHÃO, duas histórias que comecei a escrever mas não se sustentavam. Hoje tenho toda a parte teórica de TURBILHÃO prontinha, apesar de na época a idéia ter sido intuitiva em grande parte e eu não conseguir atinar que poderia haver pesquisas científicas que comprovassem minhas teoriazinhas ficcionais de momento, escrevi um pedação da história, só travando no momento de colocar os pingos nos iiiii e justificar um ou outro elemento mais fantástico da história.
AO INFERNO PELA COMPANHIA é uma história de amigos. Um "buds comic", mesmo. 3 caras que se encontram e se encontram através da história, em várias encarnações diferentes.
Mas antes de sequer pensar em mexer nisso preciso resolver as últimas 8 CÁPSULAS e meu EXPERIMENTO XXXXXXX.
Ficando levemente megalomaníaco com as possibilidades de conquista mundial que se apresentam.